Portugal é o país ideal para uma road trip: é pequeno, tem boas estradas e imensos sítios para fazer as paragens mais cénicas. Porque nem sempre o melhor caminho é em linha reta, a Costa Vicentina e o Alentejo são excelentes paragens para quem sai da capital rumo a sul
Portugal é um país repleto de incríveis percursos para fazer de carro. É absolutamente impressionante a variedade paisagística que podemos encontrar em 700 quilómetros de país. Hoje propomos formas totalmente diferentes de chegar ao mesmo destino, partindo do mesmo sítio: é hora de sair de Lisboa e conduzir em direção ao Algarve.
Com autoestradas em excelentes condições e pontos de paragem deslumbrantes a cada poucos quilómetros, este é um percurso ideal para ir descobrindo de carro com a família ou amigos. Demore-se nas diversas cidades, vilas, paisagens e praias e descubra um país virado ao sul, onde tudo parece passar mais devagar.
Este é um trajeto para ser feito à medida do viajante, que pode e deve personalizar a viagem conforme os seus pontos de interesse. Propomos, porém, duas rotas diferentes: uma de olhos postos no Atlântico e a outra pelo Alentejo profundo.
Rota da Costa Vicentina
A primeira opção do nosso plano é a de navegar junto à costa e ter o mar sempre à vista. De forma ziguezagueante, aproveite para conhecer uma das costas oceânicas mais bonitas e pitorescas do mundo: a Costa Vicentina.
Partindo de Lisboa, poderá fazer a sua primeira paragem logo no norte do distrito de Setúbal e descobrir os encantos de Setúbal, Palmela, Azeitão e Sesimbra. Experimente alugar um apartamento em rentola.pt e desfrute dos três castelos, dos vinhos, dos queijos e do peixe grelhado da região, bem como das primeiras praias deste percurso costeiro.
Mais a sul, passe por Melides e pela Comporta, cujo charme tranquilo das suas areias brancas já conquistaram as grandes estrelas mundiais das artes, que estão a investir em peso nesta zona grandolense.
Ainda no distrito sadino, paragens obrigatórias em Santiago do Cacém, Sines e Porto Covo, localidades que combinam a brisa atlântica das praias com os cheiros das vilas alentejanas, numa mistura fina e charmosa de história, tradição e cultura.
Em pleno Alentejo, as recomendações vão para Vila Nova de Milfontes, um Alentejo histórico à beira-mar plantado, e para o magnífico Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, um hino ao mar e à alma portuguesa descobridora.
Chegados já ao nosso destino algarvio, são imperdíveis as paragens no paraíso caiado e escarpado de Aljezur e na histórica Sagres, terra de navegadores e conquistadores.
É importante referir que, pelo caminho, deverá entregar-se de corpo e alma à natureza e aos programas, mais ou menos cliché, que o caminho proporciona. Aproveite para relaxar ou surfar no mar das praias desta costa atlântica, andar a cavalo na Comporta, fazer coasteering em Sesimbra ou em Sagres ou andar de jipe nos diversos promontórios que encontrará.
Mais do que um caminho, será uma experiência.
Rota do Alentejo Profundo
Sim, esta rota é mais longa e menos lógica do ponto de vista racional. Mas não é isso que nos traz por cá. Aliás, pouco lógico é ir de Lisboa ao Algarve e saltar o Alentejo. Conhecer esta região é embrenhar-se na sua pachorrenta beleza e sentir a força tranquila de uma parte de Portugal com uma identidade muito própria. Vamos a isso.
Saia de Lisboa em direção a Évora. Aproveite a passagem da A6 junto a Vendas Novas para um pequeno desvio para comer umas bifanas. A qualquer hora do dia. Fazem sempre bem. Chegado a Évora, tome o seu tempo para absorver todo peso da história da cidade e explore a Catedral, o Templo de Diana, a Capela dos Ossos e o imperdível e apaixonante centro histórico.
A seguir, a dupla maravilha, Monsaraz e Reguengos de Monsaraz, para uma maravilhosa mostra do Alentejo medieval. Um verdadeiro mosaico vivo de religiões e povos, com vestígios das presenças cristãs, islâmicas e judaicas em poucas ruas, e uma arquitetura e uma paisagem envolvente de cortar a respiração a qualquer viajante.
Escolha uma das várias pequenas localidades que fazem o caminho até Beja. Serpa, uma pequena povoação amuralhada que é o charme em cidade, ou a região do Alqueva, de que tanto ouvimos falar e que proporciona várias atividades lúdicas, são algumas hipóteses.
De Beja siga para Mértola, uma pérola do Baixo Alentejo onde é obrigatório visitar o castelo e o Pulo do Lobo, uma cascata e zona natural de encanto, e vagueie pelo Parque Natural do Vale do Guadiana. Rumo a sul, siga pela rota raiana, passe por Castro Marim, um paraíso medieval, e chegue com a sensação de dever cumprido ao Algarve, uma das melhores e mais luxuosas regiões do mundo para se viver. Mais propriamente, a Vila Real de Santo António.
Na maior cidade do sotavento, deverá ficar a conhecer a obra-prima esquecida do Marquês de Pombal, o traçado ortogonal da baixa da cidade serviu de modelo ao da capital. Termine o seu roteiro na placidez dos areais de Monte Gordo e de Manta Rota, num Algarve mais puro, tradicional e sossegado.
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