vila boa do bispo fundacao santo antonio marco de canaveses
Publicidade

O Sr. Machado e a esposa, naturais de Avessadas, estão na Fundação Santo António há precisamente 13 meses e tem sido um “sossego” para este casal. 

Há cerca de um ano e meio, o marcoense começou a presenciar uns comportamentos “diferentes” na mulher. Após algumas consultas e exames, a suspeita de Alzheimer estava em cima da mesa. A partir daí, conta que passou “algumas noites em branco” e sentiu a necessidade de procurar um “novo lar” onde pudessem cuidar de si mas, sobretudo, da sua esposa. “Para mim foi um sossego, recebemos todos os cuidados que precisamos e sei que ela está sempre em boas mãos”. Entraram juntos na fundação e é assim que pretendem continuar. “Eles não separam o casal, queremos ficar aqui o tempo que nos restar, aqui não nos falta nada”, garante. 

No ano passado, foi o primeiro Natal na Fundação Santo António deste casal. “É comer, beber, rezar e passar a noite a conversar”, em poucas palavras é assim que o marcoense descreve a ceia de Natal. 

O Sr. Machado partilha que “a correria do dia a dia não ajuda a ter tempo para cuidar dos outros. Antes trabalhávamos na lavoura, agora os nossos filhos não têm tempo. Têm de ser criadas mais fundações, daqui a dez anos tem de haver mais respostas”, defende. 

idosos natal fundacao santo antonio 3

Um dos filhos vive em Fátima, o outro em Marco de Canaveses, e sempre que é possível “passam tempo juntos” mas, nem “sempre é fácil. Há pouco fizemos 50 anos de casados e vieram os meus filhos e netos. Quando éramos mais novos passávamos o Natal todos em família, gostava mais dessa altura, era diferente, agora é assim e também está tudo bem. Não sinto falta de nada, na fundação todos se preocupam connosco e só querem que a gente esteja bem”. 

Consciente de que a doença da esposa fica “pior a cada dia que passa”, o Sr. Machado considera que “foi bom vir para aqui. Não era vida para mim, foi um milagre vir para aqui e gosto muito disto”. 

Embora as circunstâncias tenham mudado, o Sr. Machado, aos 74 anos, tem procurado “passar o tempo de forma ativa. Ainda vou a casa, de mota, quase todos os dias e trabalho nas terras. Enquanto puder, vou-me entretendo, saio, encontro um amigo e vamos almoçar fora. Gosto de eventos e atividades, quando posso participo sempre”. Para além disso, nos dias de feira, gosta de comprar roupas. “Vou à feira e trago camisolas para a minha mulher”. 

Às famílias deseja que “o Natal seja bom, é uma festa importante, para mim é a mais bonita e é a que gosto mais, porque normalmente as famílias reúnem-se, posso não ter essa sorte, mas tenho aqui muita gente e acho que esta decisão me deu vida. Sei que estou bem e sossegado, a minha mulher também está bem, se tiver algum problema eles ajudam-na”.

idosos natal fundacao santo antonio 2