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O Grupo Adecco realizou um estudo global sobre as mudanças nas empresas e nos profissionais e concluiu que 61% dos profissionais “temem” que o seu salário não seja suficiente para conseguir fazer face ao aumento do custo de vida.

O aumento do custo de vida tem se sentido nos últimos meses na sequência da maior escalada inflacionanista nas últimas três décadas e, por isso, tem se refletido no mundo do trabalho. Assim, o estudo do Grupo Adecco, sob o nome “Global Workforce of The Future Report 2022”, concluiu que as organizações “podem sentir-se tentadas a manter os seus profissionais com retribuições mais atrativas”.

Neste sentido, Denis Machuel, CEO Global do Grupo Adecco, referiu que “o aumento salarial só por si é insuficiente para reter talento: as organizações terão de reavaliar os compromissos com as suas pessoas e alavancar outras ferramentas para reter os profissionais nas organizações, colocando o foco no work/life balance”.

Considerando que se “o salário for a ferramenta número um para captar talento” poderá “não ser eficaz, por si só, na retenção”. Posto isto, a empresa menciona quatro “avalancas” que poderão combater a demissão em massa: “salário, flexibilidade, perspetivas de progressão de carreira, saúde mental e bem-estar”.

Desta forma, as empresas são “chamadas a evitar a demissão em massa” e a apoiar os seus colaboradores de forma a “evitar a saída de talento”. O Grupo Adecco partilha, em nota de imprensa, algumas das conclusões do estudo:

●      Globalmente, 3 em cada 5 (61%) profissionais temem que o seu salário não seja suficiente para conseguir fazer face ao aumento do custo de vida. Assim, os trabalhadores procurar por outras fontes de rendimento ou aceitam trabalho extra, este fenómeno decorre, sobretudo, na geração Millennial.

●       Os quitinfluencers são uma realidade no fenómeno da demissão em massa, uma vez que sete em cada 10 trabalhadores admite que assistir à demissão de colegas considera a possibilidade, sendo que metade chega mesmo a fazê-lo;

●      Dos 27% trabalhadores a nível mundial que planeiam deixar o seu emprego nos próximos 12 meses, quase metade (45%) já estão ativamente à procura de emprego;

●      Seis em cada 10 trabalhadores (61%) sente-se confiante de que conseguiria encontrar um novo emprego em seis meses ou menos, mesmo com a aproximação de uma recessão;

●       Apesar de um ambiente macroeconómico em mudança, grande parte sente que detém poder sobre o mercado de trabalho;

●       A Geração Z está a impulsionar as exigências de flexibilidade, com quase metade já a trabalhar uma semana de quatro dias (47%) e 64% a aceitar uma redução salarial para o fazer.

Segundo Denis Machuel, CEO global do Grupo Adecco, as empresas devem “reavaliar o compromisso com as suas pessoas e não se focarem apenas no aumento salarial, que continua a ser a ferramenta principal de atração de profissionais, mas por si só, insuficiente para reter talento. Esta é uma forma de evitarem a tentação de demissão por parte dos colaboradores – fenómeno que está a massificar-se a nível global.

Denis Machuel refere, ainda, que para enfrentar este problema as empresas “devem apostar em estratégias de retenção como a sua principal prioridade, assegurando que os gestores tenham conversas sobre a progressão profissional com os membros das suas equipas”.

A terceira edição do estudo global do Grupo Adecco contou com 34.200 profissionais inquiridos de 25 países e foi, por isso, o “maior, mais completo e transversal estudo promovido pelo grupo”.