adelaide de sousa marco de canaveses varao desportivo polo dance
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Adelaide de Sousa está prestes a completar meio século de vida e foi, na casa dos quarenta, que encontrou o seu desporto. No varão desportivo encontrou a poção para aumentar a “autoestima”, desenvolver o corpo, aliviar a mente e aceitar-se em cada etapa da sua vida.

Ao fim de cerca de seis anos, o hobbie, incentivado pela sua professora, tornou-se algo mais sério e levou Adelaide de Sousa a competir. O talento e trabalho árduo foi notado e a marcoense acabou por arrecadar a medalha de ouro no Campeonato Nacional de Pole & Aerial Sports. 

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A escolha da modalidade de varão desportivo tornou-se óbvia desde a primeira aula. Adelaide de Sousa, aos 40 anos, sentiu que a sua vida era “sedentária” e que precisava de um desporto que estimulasse todo “o corpo e a cabeça” e que diminuísse o “stress do dia a dia” e da rotina de trabalho. Foi exatamente no polo sport que encontrou esta resposta. Ao longo das aulas, a marcoense começou a sentir-se melhor na sua própria pele e mais “confiante. É um desporto muito completo, puxa pela aceitação, não ter vergonha do nosso aspeto físico e aceitarmo-nos em cada etapa da nossa vida, incluindo à medida que vamos envelhecendo”. Para além de ter desenvolvido a componente da sensualidade, também ela importante para “a autoestima”. 

Em entrevista ao Jornal A VERDADE, a campeã explica que as roupas reduzidas para a pratica da modalidade são “obrigatórias, a nossa pele é a nossa segurança e é através dela que nós nos conseguimos segurar no varão”.

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No dia em que subiu ao pódio e arrecadou o primeiro lugar, Adelaide de Sousa foi preenchida pela “felicidade”, alimentada por elogios. “Fiquei contente, depois de atuarmos nunca achamos que fomos boas o suficiente, porque os treinos correm sempre melhor do que no dia da prestação, devido à parte emocional e à ansiedade que entram em jogo e estragam-nos as nossas expetativas. No entanto, recebi elogios por parte de outras pessoas que assistiram e é muito agradável, sobretudo, na idade em que estou. É bom para a nossa auto estima”, reforçou.

Para quem tem curiosidade ou duvidas sobre a modalidade, a marcoense partilha que o varão desportivo implica “toda a força do corpo, aliada à flexibilidade e equilíbrio”, sem esquecer a “audácia”, grande aliada do desporto. “Temos de aprender a ser destemidas para conseguirmos ficar penduradas a três metros do chão, segurando-nos com a nossa pele, ou fazer uma espargata de cabeça para baixo”. 

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Ao longo destes seis anos, Adelaide de Sousa foi se apercebendo de alguns preconceitos associados à modalidade e garante que “abrir horizontes” é também uma das suas “missões. As pessoas associam a dança, mas não tem nada a ver, porque existem diferentes tipos de modalidades de varão – varão desportivo; varão artístico; varão exótico. No meu caso é fazer acrobacias no ar enquanto estou pendurada no varão. Gostava que as pessoas percebessem que as três vertentes são respeitosas e que exigem muito de nós fisicamente. É um desporto sério e exigente, mesmo pessoas habituadas a fazer desporto teriam dificuldade em fazer simples figuras no varão”, realça.

Cada aula, queda ou negra têm desafiado a marcoense que se sente fisicamente e psicologicamente melhor deste que iniciou a prática da modalidade e é esse o conselho que deixa a outras mulheres. “A mulher não tem limites, independentemente, da idade e isso é importante. Comecei a praticar na casa dos 40 anos, e não me acho menos capaz do que as minhas colegas mais jovens. É importante sentirmo-nos bem na nossa própria pele”. 

Por incentivo da professora, Adelaide de Sousa começou a preparação em novembro do ano passado e, agora, espera continuar a competir.

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