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Há quem diga que a “idade é apenas um número” e Rosa Rego leva isso à letra. Vive em Soalhães, tem 96 anos, e pratica exercício físico duas vezes por semana. Davide Macedo é o professor responsável, no ginásio Go Up, e garante que “é surpreendente” a “força de vontade” da nonagenária. 

Rosa Rego foi “doméstica” toda a sua vida. Nasceu em França e, com seis anos, foi viver para Bragança, onde esteve até aos 22 anos. “Depois fui para Angola, onde estive até 1974. Voltei para Portugal e fui um ano e meio para o Brasil. Quando regressei, fui viver para Soalhães, de onde o meu marido era natural”, começou por dizer.

A aventura na “ginástica” começou em Miramar, depois de sofrer uma lesão na anca. “Os filhos e os médicos começaram a incentivar-me e então eu fui”, disse. Passado um tempo, começou a frequentar o ginásio Go Up, em Marco de Canaveses, e a ter aulas com o professor David Macedo. “Faço a ginástica que ele me manda fazer, ele ajuda-me e segura-me para eu não cair”, afirmou. 

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As aulas são às quartas e sextas-feiras e, apesar de “nem sempre haver vontade”, a nonagenária quase nunca falta. “Os meus filhos incentivam-me, porque faz-me muito bem. Tenho notado diferenças, quando estou uns dias sem fazer, noto logo as pernas mais presas”, contou. 

Rosa Rego confidenciou que “estar parada” não é para ela e, mesmo em casa, tem de arranjar sempre algo para fazer. “De verão, vou para o campo, mas agora está frio. De manhã, ajudo em casa, da parte da tarde fico mais sentada, mas a fazer sopa de letras ou crochê”, apontou. 

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Na entrevista, Rosa Rego estava acompanhada pela filha Ana Bela Monteiro que recorda que, quando a mãe começou na ginástica, “andava com andarilho ou amparada e sempre com muitas dores. Ao fim de dois meses, já estava a andar autonomamente. Percebemos que ela não podia parar e era essa a opinião de todos os médicos que a acompanhavam”

Em 2023, a nonagenária teve uma pneumonia, que a obrigou a ficar internada no hospital durante cerca de um mês. A filha acredita que “foi a boa forma física em que ela estava que permitiu que conseguisse recuperar”

O papel dos três filhos de Rosa Rego é “fundamental” para que continue a frequentar as aulas. “Todos a incentivamos. O meu irmão que está em Braga telefona-lhe todos os dias e faz questão que ela lhe diga o que fez na ginástica. Ter este objetivo, este compromisso e vencer os desafios propostos faz com que a minha mãe esteja também muito ativa mentalmente”, disse. 

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O jovem professor Davide Macedo confidenciou que esta é a primeira vez que trabalha com alguém “acima dos 90 anos” e no início foi “uma novidade”. Contudo, foi um “desafio muito positivo. É interessante e bonito ver a evolução ao longo do tempo, a capacidade de continuar a fazer as coisas com energia. Não é, de todo, algo comum e o trabalho é feito nesse sentido, tentar preservar as valências físicas e dar-lhe uma boa qualidade de vida, por isso é que o exercício também é muito importante”, defendeu. 

O professor garantiu que a aluna “faz todo o tipo de exercícios, desde trabalhar exercícios de força e mobilidade, até exercícios de locomoção e equilíbrio. É nesses objetivos que trabalho. A D. Rosa tem uma mentalidade muito aberta e não foge a desafios, o que me deixa muito feliz”, apontou. 

Por fim, Rosa Rego deixou uma mensagem de motivação: “acho que toda a gente devia de fazer ginástica. Não sei o que as pessoas pensam da ginástica, que é só para jovens, mas não é. Antes de ir para a ginástica sentia-me mais pesada, mais cansada, agora já não. Acho que me tem feito bem e faz a diferença no meu dia a dia”, concluiu.