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O presidente da Câmara Municipal de Cinfães, Armando Mourisco, debateu os investimentos realizados no território, a superação dos valores atribuídos pelo Ministério da Agricultura e a necessidade de aumento das verbas na passada segunda-feira, dia 31 de julho, no Auditório Municipal de Cinfães.

O debate decorreu no âmbito da iniciativa organizada pela Dolmen: “Douro Verde Talks: Valorizar o Território – Auscultação da comunidade para a construção da estratégia da região para a década” onde marcou presença o Secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, bem como o presidente da Dolmen, Gabriel Carvalho.

Perante as verbas que constituem a votação orçamental do governo, o concelho de Cinfães tem superado os valores em grande parte dos avisos, incluindo o aviso do trator que esteve aberto durante o mês de junho. Neste sentido, a autarquia apela ao “reforço” da votação orçamental, tendo em conta que são gastas as verbas atribuídas ao concelho de Cinfães e, ainda, tem se recorrido às verbas dos outros territórios.

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Foto: Jornal A VERDADE

Na visão de Armando Mourisco, o território é de “baixa densidade, heterogeneidade, de pequena economia e economia frágil, e com alguma dificuldade em criar emprego. Temos dificuldade em fixar pessoas”. Por outro lado, o Secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, afirmou que “não gosto do autocolante de que a baixa densidade normalmente é olhada apenas do ponto de vista populacional, eu vejo nestes territórios uma alta densidade de realidades, de produção, de biodiversidade e de ecossistemas”. 

Após o investimento realizado no município de Cinfães, a autarquia pretende continuar a desenvolver o concelho, junto da Dolmen e da população, bem como, do governo. “A Dolmen tem desenvolvido um trabalho grande que nos permite inverter as tendências do interior. Somos um concelho com níveis de emprego idênticos às grandes metrópoles, fazemos por combater a desertificação e o abandono da terra”.

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Foto: Jornal A VERDADE

Através da colaboração da Dolmen, na última década foram apoiados 37 projetos, com investimentos superiores a três milhões de euros que permitiram “criar largas dezenas de postos de trabalho e permitiu diversificar, mesmo que em pequena escala, a economia. Culturas hortícolas, pequenos frutos, fruticultura, vitivinicultura, cultura de citrinos, vinicultura, transformação dos licores, compotas e doces e agroturismo. A nível de alojamento local temos um crescimento enorme a nível daquilo que são os empreendimento turísticos, isto permitiu-nos numa década triplicar o número de ocupação do nosso turismo, passamos em cerca de 41 dormidas por cada 100 mil habitantes para 118 dormidas por cada 100 mil habitantes”. Mudança que se refletiu no “emprego e no volume de negócios”, explicou Armando Mourisco.

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Foto: Jornal A VERDADE

No entanto, o atual executivo reconhece que “a agricultura não é uma atividade atrativa para os mais jovens, esta é naturalmente uma preocupação, o abandono da terra e o aumento do risco dos incêndios rurais”. Para além disso, a possibilidade de redução do valor do financiamento para estas estratégias de desenvolvimento local de base comunitária será, na opinião de Armando Mourisco, um “prejuízo imenso para aqueles que são os verdadeiros atores nestes territórios do interior. É importante termos dinheiro suficiente para desenvolver esta estratégia para territórios como os nossos que já têm dificuldades acrescidas”. 

A chegada da fibra ao concelho foi outro aspeto de debate. O presidente do município de Cinfães afirmou que “estamos confiantes no desenvolvimento da autoestrada do conhecimento, fundamental para fixar pessoas e novos povoadores e investimentos. Esperamos que a fibra chegue o mais rápido possível ao nosso território e isso nos permita continuar a desenvolver num ritmo mais acelerado“.

Em resposta ao Secretário do Estado da Agricultura, o autarca mencionou “uma majoração para aqueles que teimosamente teimam em ajudar a crescer e a fixar, desenvolver esses territórios, acrescentando financiamento comunitário aquilo que são os investimentos”. 

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Foto: Jornal A VERDADE

Por sua vez, Gonçalo Rodrigues revelou a “preocupação” por parte do Ministério da Agricultura e do Governo para que seja “materializada uma estratégia que depois dê aso aquilo que são as medidas feitas à medida destes territórios, preocupados com a valorização dos produtos, valorizando as cadeias de abastecimento, o local, para que aqueles que passem por aqui possam levar um bocadinho desta marca para o seu local de origem”. 

Apesar de estarem em vista as novas DLBS, o Secretário de Estado da Agricultura referiu que “importa executar aquelas que ainda estão a ser trabalhadas. Estes Grupos de Ação Local – GAL têm uma taxa de compromisso de 102% o que é valorizável, porque acredito perfeitamente no overbooking, se assim o for dificilmente conseguimos executar a totalidade das verbas disponíveis porque a fase de candidatura e a execução de um determinado projeto muito muda e não há garantias que todo o compromisso seja devidamente executado”.

Gonçalo Rodrigues acrescentou que “ainda bem que temos uma taxa de compromisso superior a 100%, mas ainda temos cerca de 51% executada, metade do montante disponível. Interessa garantir de que tudo aquilo que era um volume disponível seja devidamente executado e que aqueles projetos que foram candidatos consigam ver a luz do dia”, realçou. 

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Foto: Jornal A VERDADE

Em relação à diminuição do valor, explicou que os 150 milhões “que por ventura possam ou não ser curtos ainda têm tempo de serem analisados. Ainda temos alguma margem de manobra para ouvir e perceber se há necessidade de refletir no potencial da reprogramação destas medidas”. 

O presidente Armando Mourisco acabou por destacar ainda, durante o discurso, que com base num estudo da Universidade de Aveiro, foi possível concluir que o concelho de Cinfães apresenta o Índice de Desenvolvimento Sustentável “mais elevado do país na última década” com base em 55 indicadores. Armando Mourisco garante que “isso é só possível fazer com muita resistência e resiliência e com uma paixão enorme pelo nosso território e pelo concelho, bem como, pelos concelhos vizinhos. É feito com o apoio dos atores da área social, com os que amanham a terra, com os que investem na indústria. Estou muito grato a todos”, terminou.

Participe no inquérito da Dolmen no âmbito do douroverde2030.

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Fotos: Jornal A VERDADE