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Mónica Costa, atleta da Salta Fronteiras Associação, sagrou-se Campeã Mundial de Boccia, no World Boccia Youth Championships, que se disputou na Póvoa de Varzim. Em representação pela seleção nacional conquistou o título na vertente coletiva (equipa BC1/2) e alcançou a medalha de bronze na vertente individual, na classe de BC2. Esta foi a estreia numa competição internacional da jovem de 18 anos que “não estava nada à espera, foi uma surpresa. Era tudo novo e muita pressão”, recorda.

O boccia entrou na vida de Mónica Costa no desporto escolar, seguindo-se um convite da Salta Fronteiras Associação para fazer parte do clube. “Fiz uma época, mas entretanto começou a COVID-19 e parei, porque tive de fazer um tratamento três vezes por semana”. Assim que conseguiu regressou à modalidade e, após a conquista deste título, garante que quer “melhorar, participar em mais provas e conseguir ainda mais”.

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A jovem natural da freguesia de Barrosas (concelho de Felgueiras) confessa que não era uma pessoa “muito ativa até conhecer o boccia”, mas encontrou nesta modalidade “uma nova oportunidade de fazer amigos e viver novas aventuras. Apanhei o gosto e continuei”.

Mónica Costa tem paralisia cerebral, consequência de um problema após o nascimento, e mostra que a deficiência não a limita a prática desportiva. “O boccia significa isso mesmo, um mundo de novas oportunidades”, afirma.

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Ao Jornal A VERDADE, a jovem de Felgueiras mostra-se “feliz e positiva” mas não deixa de lamentar o bullying que sofreu na escola. “Sempre fui muito posta de parte, mas não era por causa do meu problema, foi mais por causa das notas. Normalmente as pessoas tendem a olhar para mim como ‘a menina que tem problemas’ e acabam por achar que não tenho capacidade. Junta-se o facto de ser diferente e ter boas notas e a conseguir aquilo que os outros não conseguem, porque muitas vezes temos o tempo muito ocupado e conseguimos fazer tudo, os outros têm todo o tempo do mundo e não conseguem fazer metade do que nós conseguimos. Isso gera inveja, na minha opinião”.

Terminado o 12.º ano, o futuro será a entrada no curso universitário de gestão. “É algo que acho que combina comigo”, diz. Quanto ao sonho profissional, ainda não sabe “muito bem. Estou com o pensamento de ‘vamos ver o que vai dar’. Apesar de tudo, nunca podemos desistir e nunca nos devemos deixar influenciar pela opinião das outras pessoas. quem faz a felicidade somos nós mesmos, garante a jovem.