parlamento assembleia republicaFoto: Parlamento
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Os deputados do Partido Social Democrata – PSD, Pedro Melo Lopes, natural de Felgueiras, e, António Cunha, de Penafiel, foram dois dos deputados que assinaram as questões enviadas esta segunda-feira, dia 21 de novembro, ao ministro da Saúde relativamente à “sobrelotação das urgências do Hospital Padre Américo, em Penafiel”.

O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) é constituído pelo Hospital Padre Américo, em Penafiel, e o Hospital de São Gonçalo, em Amarante, um equipamento hospitalar do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Segundo os deputados, o hospital está “concebido para cerca de 300 mil pessoas”, mas serve “500 mil pessoas de 12 concelhos e quatro distritos”.

Desta forma, consideram que o Hospital Padre Américo “não consegue dar resposta ao elevado número de utentes. A situação agravou-se fortemente este mês, com mais de 600 doentes a acederem diariamente ao serviço de urgência (SU), um espaço também dimensionado para metade desse número”.

Para além disso, referem que, “nos últimos dias, chegaram a estar cerca de 60 pessoas internadas, amontoadas em macas nos corredores do SU do HPA, inclusivamente, com crianças deitadas no chão (por nem sequer haver macas disponíveis) à espera nas urgências pediátricas. Havendo, inclusivamente, casos de doentes que se encontram nesse espaço há já cinco dias”.

Na questão enviada ao Governo, os deputados relembram que, “de acordo com o 6.º Barómetro Internamentos Sociais, da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, em março de 2022, havia 1.048 pessoas com alta clínica internadas nos hospitais do SNS, um agravamento de 23% face às 853 pessoas que permaneciam inapropriadamente internadas em 2021”.

No documento, os deputados do PSD Pedro Melo Lopes, António Cunha, Cláudia Bento, Miguel Santos e Fernanda Velez questionaram o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, quanto à sobrelotação das urgências do Hospital Padre Américo:

1. Que medidas concretas tomou já o Ministério da Saúde para aumentar os recursos humanos, adequar as instalações e reforçar o número de macas do Hospital Padre Américo (HPA), a fim de fazer face à procura dos utentes e de modo a evitar as degradantes condições de doentes internados no respetivo serviço de urgência, amontoados em macas e alguns dos quais mesmo deitados no chão?

2. Vai o Ministério da Saúde autorizar as contratações de pessoal pretendidas para o HPA no respetivo Plano de Atividades para 2023?

3. Atualmente, quantos doentes se encontram inapropriadamente internados no HPA e que medidas concretas estão a ser tomadas para reduzir o número de doentes com alta clínica, que permanecem internados nos hospitais do SNS, em particular no HPA?

4. Vai ou não o Ministério da Saúde olhar para o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, que presta cuidados a mais de 500 mil habitantes e se encontra a romper pelas costuras, como um hospital em que urge investir, nomeadamente na sua reorganização, aproveitando o Hospital de São Gonçalo, em Amarante?

O presidente do Conselho de Administração do CHTS, em declarações enviadas ao Jornal A VERDADE no dia 15 de novembro, confirmou “que há um número grande de doentes na urgência, mas que estão lá internados. O problema não é as urgências, é a falta de camas”. Reconheceu, ainda, que existe escassez de profissionais de saúde e, por isso, será necessária “a admissão de mais enfermeiros e assistentes operacionais, contempladas no Plano de Atividades”.

Para além disso, referiu que as causas que levaram a esta sobrelotação são “várias. Desde a afluência concentrada de maior número de doentes com critério de internamento, ao facto de termos, hoje, um número (atualmente 21) cada vez maior de internamentos sociais para os quais não encontramos colocação”, esclareceu.

Para mais informações sobre o CHTS pode ler o seguinte artigo.