artigo de opiniao filipa vilas boas 1 1
Publicidade

O cancro da mama continua a ser o tumor maligno mais comum na mulher após a menopausa, atingindo, em média, uma em cada oito mulheres durante a sua vida. Desde há alguns anos que  se verifica um aumento da sua incidência em mulheres com menos de 40 anos.

O cancro da mama constitui um importante problema social devido à sua elevada incidência  e ao facto de ser  primeira causa de morte por cancro em mulheres.

A melhor forma de combater esta doença passa pelo seu diagnóstico precoce e pelo controlo dos fatores de risco.

O diagnostico precoce do cancro da mama, antes do aparecimento de sinais e sintomas, é absolutamente crucial, uma vez que, reduz a morbilidade e mortalidade associadas à doença, permitindo tratamentos menos agressivos e mais conservadores.

Na maioria dos casos de cancro de mama a causa é desconhecida. No entanto, são identificados vários fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolver esta patologia, embora não determinem definitivamente o seu aparecimento. De entre os quais destacamos: sexo feminino, idade avançada, nuliparidade (não ter filhos biológicos), primeira gestação tardia, não amamentação, excesso de peso, sedentarismo, ingestão de bebidas alcoólicas, tabagismo, idade precoce da primeira menstruação, menopausa tardia, história pessoal e familiar de cancro da mama e exposição a radiação ionizante, por exemplo, em mulheres que tenham realizado radioterapia no peito, entre outros.

O diagnóstico de cancro da mama é essencialmente feito através do exame físico, de exames de imagem e anatomo-patológicos (biopsias).

O sintoma mais comum é o aparecimento de um nódulo ou uma massa na mama. Outros sinais e sintomas incluem: aumento de toda ou parte da mama, aumento de um nódulo previamente conhecido, espessamento ou retração da pele ou do mamilo, secreção sanguinolenta ou serosa pelos mamilos e  gânglios linfáticos aumentados nas axilas. É importante referir que estes sinais e sintomas também podem ser provocados por processos inflamatórios/infeciosos (mastite), principalmente se acompanhados por dor. No caso de aparecimento de qualquer um destes sinais ou sintomas é importante recorrer, com a maior brevidade possível ao médico.

A clinica do cancro da mama aparece geralmente nas formas mais avançadas da doença, sendo por isso particularmente importante a realização de exames de rastreio por imagem, com o objetivo de diagnosticar o cancro da mama antes que  este se manifeste clinicamente.

No que concerne aos exames de imagem dispomos hoje de várias técnicas sofisticadas, entre as quais: a Mamografia digital (com e sem contraste), Tomossíntese (ou Mamografia 3D), ecografia (mamária e axilar) e Ressonância Magnética mamária.

A Mamografia é a técnica de imagem estabelecida para o rastreio populacional, reduzindo a mortalidade por cancro da mama em cerca de 30%.

Os restantes exames são realizados quando na Mamografia surgem dúvidas ou são detetadas alterações, como por exemplo recorrer à ecografia  para distinguir entre um nódulo sólido ou quistico; à Tomossíntese para caracterização de algumas assimetrias mamárias, distinguindo uma verdadeira lesão de uma sobreposição de tecido mamário e Ressonância Magnética mamária em mamas extremamente densas.

O rastreio do cancro da mama permite a deteção de tumores em fase precoce, quando a probabilidade de cura é maior e os tratamentos são menos agressivos.

Autoria de:
Filipa Vilas Boas – Médica Radiologista no Centro de Diagnóstico do Marco
Com a colaboração de:
Sara Zorro – Médica Interna de Radio-oncologia no IPO do Porto