abilio estados unidos
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Este sábado, 10 de junho, assinala-se o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas. Um dia que Abílio Teixeira, de 67 anos, vive à distância há 46 anos.

Em 1977, o marcoense partiu até aos Estados Unidos da América, à procura do sonho americano e por ali ficou até aos dias de hoje. “Um mundo, qualquer coisa de espetacular”, é assim que descreve a realidade em que vive, mas deixa o alerta: “A América é um país para toda a gente, mas nem toda a gente é para a América, porque nem toda a gente nasce para ser emigrante”, garante.

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Hoje, emigrar “é mais fácil”, mas naquela época “era complicado. Em Portugal, trabalhava como mecânico e lembro-me que um colega de trabalho veio para cá. O que ele ganhava num mês eu não ganhava num ano. Então fui pedir o visto para seguir o mesmo caminho”.

Chegou a solo americano no dia 4 de maio de 1977 e dois dias depois começou a trabalhar como mecânico. “Tinha de trabalhar das 08h00 às 22h/23h e passados dois meses disse: ‘vou-me embora para Portugal’. Mas refleti e disse para mim próprio ‘agora vou ficar”, recorda.

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Lembra-se de chegar a um lugar “totalmente diferente” daquele onde vivia (Feira Nova, Marco de Canaveses), mas com o passar dos anos adaptou-se e, hoje, sente-se “muito mais americano do que português. Não me arrependo de ter vindo, de jeito nenhum. Aprendi muito neste país, porque quando vim tinha 20 anos. Em 1983 criei o meu negócio que ainda tenho até hoje”.

No entanto, Portugal nunca é esquecido, principalmente nas comemorações do dia 10 de junho. “É memorável”, diz Abílio. “Há comida na rua, desde as febras às sardinhas, música portuguesa. São vários dias de festa, mas o ponto alto é no dia da parada. A rua até muda de nome, nestas comemorações é a ‘Portugal Avenue’. A rua fica fechada ao trânsito, apenas se vêm mesas e cadeiras. É difícil de descrever, é uma festa tão forte como o São João no Porto”.

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São milhares as pessoas que se juntam nestes dias, para além dos muitos portugueses. “Todos comem a nossa comida e há liberdade de comer e beber álcool na rua, que não é permitido nos outros dias”.

Para Abílio, emigrar valeu a pena e foi “um sonho realizado. Tudo o que passei dava para escrever um livro”.