O sonho comanda a vida. Uma frase que se pode considerar “clichê” mas que faz “muito sentido” na vida de Vanessa Santos, uma jovem de 23 anos, natural de Vila Boa de Quires e Maureles, no concelho de Marco de Canaveses, que viu as suas peças da marca Misular a “desfilarem” no Portugal Fashion.
Vanessa Santos decidiu criar a Misular que “alia o amor pela arte à natureza”. Trata-se de uma marca de “acessórios feitos em resina, que nasceu em plena pandemia de 2020 em que o objetivo principal é usar produtos orgânicos conciliados com a resina como plantas, flores, frutas e legumes, respeitando o ciclo da natureza. Como artista sentia-me muito perdida em traduzir a minha arte e encontrei uma realização a fazer acessórios. É a combinação perfeita entre as coisas que gosto: a arte, a natureza, a moda e a ligação humana”.
Apaixonada pelo contacto com a natureza desde pequena, recorda que “apanhava flores, folhas e secava-as no meio de livros”, agora consegue “preservar durante mais tempo essas plantas”, dando-lhes uso. Tudo é “feito artesanalmente”, podendo começar “a partir de um molde pré-feito, ou então de uma ideia que é passada para papel, depois é feito um protótipo, o molde e, assim, a peça final é realizada. Todos os produtos são únicos”.
A Misular é “um hobbie” que é conciliado com um “emprego a tempo inteiro”, sendo que as vendas são feitas através das redes sociais e em feitas locais. Contudo, o objetivo é “conseguir investir mais tempo e de a tornar em algo pelo qual me possa dedicar exclusivamente”.
A oportunidade de participar no Portugal Fashion “surgiu de uma grande amiga, a Alexandra Ribeiro, que é fotografa de maior parte dos meus produtos e um incentivo para a Misular”, descreveu. “Surgiu a partir de um projeto dela que consistia em ligar duas marcas com direções ‘mais sustentáveis’ a fazerem uma parceria, que resultou entre o meu projeto e o da Carolina Sobral, uma designer de moda. Juntas apresentamos uma coleção”, descreveu.
Vanessa Santos defende que foi uma “experiência desafiadora”, uma vez que “não só existiu pressão de ter as minhas peças no Portugal Fashion, como também por trabalhar em parceria com outra pessoa. No final tive um feedback muito bom, o que me fez pensar que estou no caminho certo”, constatou.
O resultado final da parceira foram “peças orgânicas, com formas irregulares, mais usáveis, com cores que iam ao encontro do tecido das peças da Carolina. Para além dos brincos, também criei alças para malas no mesmo sentido artístico”.
O objetivo da jovem artista marcoense é continuar a promover o seu trabalho, de forma a “dar a conhecer a minha arte e outras formas de fazer arte. Todas estas oportunidades e desafios são grandes passos para uma marca ainda pequena. É muito bom para mim a nível de crescimento e é uma inspiração para continuar a lutar por um sonho”, concluiu.
