familia penafiel
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Ter muitos filhos “não estava, definitivamente, nos planos”, mas os anos foram passando e “foi acontecendo”. Betâmia Soares e Luís Pedro construíram uma família “feliz” e que, hoje, é “a base de tudo”.

Foi a alguns quilómetros de distância que as vidas deste casal se cruzaram. Em 2001, ela estava na Polónia, ao abrigo do programa Erasmus, e ele “em Santa Marta, atrás de um computador e falou comigo através do mIRC (uma antiga rede social). Foi muito engraçado, porque éramos da mesma cidade, mas não nos conhecíamos. Numa das longas noites de conversa descobrimos que ele conhecia toda a minha família e não me conhecia a mim. Ele era vizinho da minha melhor amiga e eu não o conhecia a ele. Passamos muitas noites e horas a conversar“, recorda Betâmia Soares.

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Anos mais tarde, em 2009, a relação ficou “mais séria” e há oito anos surgiu o primeiro fruto desse amor, o Jaime, “um bocadinho de surpresa”, diz, em tom de brincadeira, Luís Pedroso. Já ela, com apenas um irmão, “sempre” teve o sonho de “ter três filhos. “Fazia-me muita confusão nas noites de Natal sermos poucos, eu, o meu irmão, os meus pais e avós. Sempre disse que se um dia pudesse que gostava de ter três filhos. Mas foi acontecendo, não foi nada programado”.

Quais são as maiores dificuldades de gerir uma família numerosa? Para Betâmia Soares é a gestão de crianças “com idades muito próximas, o que requer muita ginástica mental e física também. O Jaime tem oito anos, o João seis, o Miguel tem três, e a Amélia um aninho. Requerem todos muita atenção, só por si já é difícil. Depois há a logística associada a roupas, banhos, hora do jantar”.

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As férias são uma das outras dificuldades, “para as famílias numerosas. Os hotéis não estão preparados para tantos filhos. No nosso caso, temos de alugar dois quartos, o que não faz sentido nenhum. Já para não falar nos valores exorbitantes que apresentam”.

Para o pai desta família, ter quatro filhos, “comparativamente com antigamente, é que agora por cada um temos um grupo do WhatsApp e há muitas atividades. A maior parte dos pais têm só um filho, agora imaginem o que é gerir quatro grupos e atividades. Esta é a parte mais complicada de ser pai de uma família numerosa nos tempos atuais”, explica Luís Pedroso.

Há sempre barulho em casa e os dias nunca são iguais

Betâmia e Luís não têm dúvidas de que construíram uma família “feliz. Isso vê-se nas gargalhadas que cada um dá. Há sempre barulho em casa e os dias nunca são iguais. Apesar da educação ser a mesma, é engraçado ver que cada um dos nossos filhos é único e as abordagens que temos que ter com eles são diferentes. O Jaime é o intelectual, mas malandreco. O João é o artista mas sensível. O Miguel o palhacinho, mas muito meigo. E a Amélia, a despachada e beijoqueira”, descreve a mãe.

Na casa desta família, as ‘brigas’ entre os irmãos são “habituais”, mas dão-se “todos bem e brincam muito entre eles“. A azáfama vive-se, também, na dinâmica do dia a dia. “O Luís, por norma, leva o mais velho à escola e eu levo os outros três ao infantário. No final do dia, sou eu que vou buscar o Jaime, que sai às 15h30 e a escola fica perto do meu restaurante. E o Luís, às 18h00, vai buscar os três à escolinha. Jantamos sempre entre as 19h00 e as 20h00 para garantir que por volta das 21h00 esteja tudo a dormir”.

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Na data em que se celebra o Dia Internacional da Família – 15 de maio – estes pais garantem que “o mais importante é que a família esteja toda unida e que reme para o mesmo lado. Quando são pequenos é mais fácil, mas quando forem maiores vamos ter de lhes transmitir os valores para que a família seja uma estrutura sólida. É importante que a família seja sempre um sítio de muito amor“, sublinha Luís.

Betâmia concorda e assume que a família “é a base de tudo. Os outros ainda são muito pequeninos, mas o Jaime já tem essa noção. Para ele a família vem sempre em primeiro e acho que é esse o pensamento certo”.