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125 anos após morte e contendas judiciais, Eça de Queiroz já está no Panteão Nacional, em Lisboa. A cerimónia de trasladação dos restos mortais do escritor começou esta quarta-feira, 8 de janeiro, na Assembleia da República, de onde seguiu em direção ao Panteão Nacional.

A urna com os restos mortais do escritor viajou de de Santa Cruz do Douro para Lisboa e foi depositada, por decisão do Parlamento, ao lado de nomes como Sophia de Mello Breyner, Eusébio, Manuel de Arriaga, Sidónio Pais, Almeida Garrett, entre outros.

Os restos mortais do escritor ficam numa sala que foi inaugurada esta quarta-feira, do lado esquerdo do Panteão. Marcelo Rebelo de Sousa, José Pedro Aguira-Branco e Luís Montenegro assinaram o termo de sepultura dos restos mortais do escritor.

A cerimónia começou em frente à Assembleia da República e a urna, coberta com a bandeira nacional, seguiu em cortejo até ao Panteão Nacional de Santa Engrácia.

Marcelo Rebelo de Sousa considera trasladação um “ato de justiça”

No decorrer da cerimónia Marcelo Rebelo de Sousa realçou a” maior homenagem a Eça será, sem dúvida, reeditá-lo estudá-lo e acima de tudo lê-lo, mas há atos de justiça, atos evidentes como esta transladação, mesmo não conhecendo as vontades do escritor”.

O chefe de Estado referiu-se ao Panteão Nacional como o “lugar dos imortais” e falou em “ato de justiça” para descrever a trasladação do escritor.

“Um artista metódico e compulsivo” que “transformou a literatura”

O trineto de Eça, Afonso Reis Cabral, presidente da Fundação com o nome de Eça, fez o elogio fúnebre e afirmou que o escritor “entra no Panteão Nacional levado aos ombros pela gente que tanto o leu”. Reis Cabral recordou Eça de Queiroz como “um artista metódico e compulsivo” e como um “escritor irónico com que ainda se ameaçam os políticos”

Assembleia da República aprovou transladação em janeiro de 2021

Recorde-se que, em janeiro de 2021, a Assembleia da República aprovou por unanimidade um projeto de resolução do PS para “conceder honras de Panteão Nacional aos restos mortais de José Maria Eça de Queiroz, em reconhecimento e homenagem pela obra literária ímpar e determinante na história da literatura portuguesa”.

Eça de Queiroz morreu em 16 de agosto de 1900 e foi sepultado em Lisboa. Em setembro de 1989, os seus restos mortais foram transportados do Cemitério do Alto de São João, na capital, para um jazigo de família, no cemitério de Santa Cruz do Douro, em Baião.

Nascido na Póvoa de Varzim, distrito do Porto, em 1845, Eça foi autor de contos e romances, entre os quais “Os Maias”, que gerações de críticos e investigadores na área da literatura consideram o melhor romance realista português do século XIX.

Cronologia dos acontecimentos: