artigo de opiniao maria amelia
Publicidade

Outubro é Misericórdia no “Feminino”.

O movimento conhecido por “Outubro Rosa” nasceu nos Estados Unidos da América, na década de 90 do século XX, para envolver a sociedade na luta contra o cancro da mama. Para a mulher e para sociedade, a mama é o órgão da feminilidade, do corpo e da sexualidade. Dados da consultora Iqvia revelam que em 2020, foram diagnosticados 7041 novos cancros da mama, o segundo cancro mais detetado em Portugal; representa 28% do total de novos carcinomas na mulher. O cancro da mama matou 1864 mulheres, sendo a maior mortalidade por cancro entre a população feminina portuguesa. A boa notícia é que 70%-80% dos tumores da mama em fase inicial são curáveis.

Neste mês surgem variadas publicações sobre Cancro da Mama. Todas repetem, e nunca é demais, fatores conducentes ao diagnóstico, tratamento e prognóstico do cancro da mama. Neste mês, em diferentes dias são abordados aspetos diferenciais do cancro da mama: Dia Mundial do Cancro da Mama Metastático (13 de outubro), Dia da Saúde da Mama (Breast Health Day) (15 de outubro), Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama (30 de outubro).

Há que ter em atenção vários fatores de risco: Idade (80% dos cancros da mama ocorrem em mulheres com + 50 anos); mulher que já tenha tido numa das mamas tem maior risco de ter na outra; genética e hereditariedade (5 a 10% dos casos); excesso de peso; consumo de tabaco ou de álcool; primeira menstruação em idade precoce; menopausa tardia (após os 55 anos). Deverá consultar o seu médico se tiver: nódulo ou espessamento na mama ou na axila; alterações na forma da mama; dor na mama; alterações visíveis ao toque na mama ou mamilo; perda de líquido do mamilo; retração do mamilo; alterações na pele da mama. A mamografia é obrigatória. A identificação precoce destes sinais e/ou sintomas pode salvar-lhe a vida. É cada vez mais relevante a abordagem multidisciplinar aquando do diagnóstico de cancro da mama, bem como o acompanhamento das repercussões psicológicas em relação aos vários aspetos inseridos da sua vivência (relacionamento familiar e social, imagem corporal e sexualidade).

Também a investigação científica nesta área continua a fornecer novos dados sobre as causas, a prevenção e o tratamento.

E o Futuro? Será possível fazer com que a maioria dos cancros da mama passe a ser detetada precocemente, melhorando as perspetivas do tratamento? E se fosse antes do cancro sequer aparecer? E, se em vez de utilizar algoritmos de inteligência artificial para analisar imagens de cancro da mama, utilizar essa aplicação em imagens precursoras de cancro da mama?

Estaremos atentas e poderemos salvar vidas!