O Auditório Municipal de Baião acolheu esta quinta-feira, dia 21 de março, a apresentação do programa do Rali Terras D’Aboboreira, evento de desporto automóvel que traz milhares de visitantes aos territórios de Amarante, Baião e Marco de Canaveses, e que resulta de um trabalho conjunto com o Clube Automóvel de Amarante. A prova decorre nos dias 26 e 27 de abril.
O presidente do Clube Automóvel de Amarante, António Jorge, referiu sentir “orgulho” naquilo que se tem vindo a construir ao longo de cinco edições. “Vamos para a quinta edição e é claro que ano após ano o rali tem crescido em termos da sua notoriedade, visibilidade e impacto económico no território”.
Para que o rali possa decorrer da melhor forma, António Jorge vê a colaboração dos três municípios, Amarante, Baião e Marco de Canaveses, como “imprescindível. É fundamental o apoio, ainda por cima num rali em pisos de terra”.
Embora a apresentação do programa do Rali Terras D’Aboboreira tenha ficado nas mãos do diretor de prova, Paulo Pinto, o presidente do Clube Automóvel de Amarante adiantou que “o centro operacional do rali mantém-se em Amarante, o início do rali vai ser em Baião e a super especial em Amarante. Vamos alternando desta forma para equilibrar os momentos da prova… o shakedown vai ser em Vila Boa de Quires (Marco de Canaveses) e o encerramento da prova em Amarante”.
O presidente da Câmara Municipal de Baião, Paulo Pereira, o anfitrião da prova deste ano, referiu-se ao Rali Terras D’Aboboreira como “uma prova ao mais alto nível, é uma prova do campeonato português de ralis e uma prova que, ao longo dos anos, veio subindo de forma consolidada para chegarmos ao patamar mais alto, dizem os entendidos que é hoje uma das provas melhor organizadas”.
O autarca destacou também que em 2023 este rali foi “galardoado por causa das suas práticas em termos de proteção ambiental. É óbvio que uma prova sendo motorizada tem de ter algum impacto ambiental, mas ao implementarmos medidas garantimos uma compensação da pegada ecológica”. Baião foi classificado como Destino Turístico Sustentável e, por isso, Paulo Pereira confessa que chegou a questionar as entidades sobre a validade desta prova. “O que nos disseram foi que sim desde que garantam que há um conjunto de medidas de compensação”.
Paulo Pereira mencionou ainda a parceria “virtuosa” que surgiu entre os três municípios. “Entendemos que esta prova nos une e potencia e promove todo o nosso território, para além de trazer muita gente do nosso território, mas também de todo o Norte, inclusive Norte de Espanha. É também um elemento positivo de afirmação do territórios em termos promocionais, as pessoas ficam certamente impressionadas e vêm ao longo do ano”.
O vereador com o pelouro do Desporto da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, Pedro Pinto, realçou a “sinergia” entre os três municípios. “Juntos conseguimos alcançar o objetivo muito mais facilmente de projetar, promover e divulgar o nosso território. O Marco de Canaveses entrou mais tarde na jornada dos ralis, mas será sempre um parceiro”. Para o vereador a questão ambiental é também “extremamente importante”, recordando que esta sexta-feira, dia 22 de março, realizou-se uma atividade de plantação de 500 árvores para “melhorar o ambiente e reduzir a pegada que o rali tem nas nossas terras. Espero que os amantes de ralis, e não só, que aproveitem esse fim de semana de prova para visitarem o nosso território, levarem um bocadinho de nós e regressarem sempre que quiserem”, foi o convite lançado.
O vice-presidente da Câmara Municipal de Amarante, Jorge Ricardo, parabenizou toda a organização por aquilo que se tem “alcançado a nível da sustentabilidade. Temos de ter muito cuidado porque há um território a preservar, mas também há eventos que nos ajudam a levar o nosso nome mais longe”. Mais uma vez, o Município de Amarante associou-se ao evento desportivo e garante que “é com todo o gosto” que o faz. “Para o nosso território é também uma oportunidade de divulgar a gastronomia e hotelaria. Seremos um parceiro noutras edições”.
Susana Teixeira, diretora geral do MCoutinho, referiu que para a marca é “importante estar presente em eventos que preservem a questão da sustentabilidade” e, por isso, vão continuar a ser parceiros. “É com muito gosto que o fazemos, têm sido momentos que permitem divulgar a nossa área geográfica a nível nacional e internacional”. Susana Teixeira, enquanto amarantina, demonstrou também o seu “orgulho” em ter uma prova destas no território.
O diretor da FPAK, Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, Pedro Barros, trouxe boas notícias durante a apresentação ao nível da economia e sustentabilidade. “O desporto automóvel teve 300 provas em Portugal, envolveu cerca de 14 mil licenciados e acabou por ter 106 milhões e 299 mil euros de retorno mediático, 55 milhões foram nos ralis“, recordando que em 2016, o valor do retorno automóvel era “apenas de 27 milhões de euros, e dos ralis era de oito milhões de euros”.
A federação refere apostar em quem “gosta de pensar em grande, algo que o Club de Automóvel Amarante tem feito. Temos um dos melhores ralis em Portugal e na Europa. Precisamos de ter a convicção de que estamos a investir e que vale a pena fazer melhor a cada ano que passa”. Neste sentido, acrescentou ainda que a FPAK apostou no Clube Automóvel de Amarante para a internacionalização desta prova, porque sabia “que o clube estaria a altura do desafio, tem sido considerada uma prova de referência no troféu europeu”, destacou.
A sustentabilidade ambiental é um ponto chave para a federação e Pedro Barros adiantou que já foram alcançados alguns objetivos. “Há dois anos iniciamos uma página fundamental que é a sustentabilidade ambiental. Em 2021 aprovamos o primeiro código de sustentabilidade ambiental que impôs um cronograma de aplicação, em 2022 tivemos o ano zero da aplicação do código de sustentabilidade ambiental e em 2023 começamos a aplicar um conjunto de regras que impõem condições às organizações, públicos e participantes. A verdade é que já temos resultados para apresentar, este ano os carros de rali que andam na frente, categoria top, utilizam combustíveis 100% sustentáveis, que não recorrem ao fóssil e têm zero carbono. É o primeiro campeonato do país no mundo que está a utilizar estes combustíveis, dentro de muito pouco tempo utilizaremos estes combustíveis nos nossos carros no dia a dia”.
O diretor de prova, Paulo Pinto, apresentou o programa do Rali Terras D’Aboboreira.
SEXTA-FEIRA (26 abril)
Free Practice – Vila Boa de Quires (3,47 km)
08h00/09h00
Qualifying – Vila Boa de Quires (3,47 km)
09h30/10h00
Shakedown – Vila Boa de Quires (3,47 km) 10h30/12h20
Partida (Baião) 16h50
PEC 1 – Baião Vida Natural (16,93 km) 17h20
Reagrupamento (Parque Ribeirinho de Amarante) 18h50/20h30
PEC 2 – Amarante Natureza Criativa (2,00 km) 21h00
Parque de Assistência (Metalocardoso)
21h15/22h00
Parque Fechado (Metalocardoso) 22h05
SÁBADO (27 abril)
Partida (Metalocardoso) 08h25
Assistência (Metalocardoso) 08h25/08h40
PEC 3 – Amarante 1 (22,54 km) 09h25
PEC 4 – Baião 1 (11,37 km) 10h45
Assistência (Metalocardoso) 12h00/13h30
PEC 5 – Amarante 2 14h15
PEC 6 – Aboboreira 1 (16,14 km) 15h15
Reagrupamento (Metalocardoso)
16h20/17h30
PEC 7 – Aboboreira 2 – POWER STAGE 18h10
Final (Rotunda António Lago Cerqueira – Amarante) 19h10
No próximo mês de abril, a Serra da Aboboreira verá o seu regulamento final da classificação enquanto paisagem protegida regional.
