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Entre os dias 11 e 16 de julho, a cidade de Freamunde volta a ser ‘palco’ das Sebastianas. Uma festa já conhecido por muitos e que carrega anos de história.

José Neves passou o testemunho a Gustavo Nunes, que este ano assume o cargo de presidente da anterior Comissão de Festas. Em entrevista ao Jornal A VERDADE, o freamundense de 44 anos destaca a “responsabilidade” de liderar uma festa com “mais de 120 anos de história”.

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Como foi assumir o cargo de presidente da comissão de festas das Sebastianas? Por que assumiu?

Assumir este compromisso não foi algo premeditado nem propriamente desejado. Aconteceu com um pouco de surpresa, porque àquela data no início das nossas atividades ainda não conhecia pessoalmente uma boa parte dos restantes membros da comissão. Assumi a função com muita honra, tendo em conta a responsabilidade associada, no seguimento do voto de confiança que me foi atribuído.

Sente nervosismo ou ansiedade por orientar uma festa com uma grande tradição?

Sem dúvida que sim, toda a comissão tem noção da responsabilidade de querer fazer uma festa onde todos encontrem algo com que se identifiquem e que tudo corra pelo melhor. Toda a festa é cheia de tradições e mesmo quem já vem há muitos anos fica surpreendido quando se depara com as necessidades organizativas das Sebastianas. No entanto, existe uma excelente equipa de pessoas motivadas que dão a segurança para avançar e concretizar o nosso objetivo de organização desta grande festa.

Vem de uma família com grande ligação às sebastianas? Tem memórias de infância ligadas às festas?

Na minha família tenho pessoas já passaram por um ano de festeiro. As minhas memórias das Sebastianas começam em criança, associadas ao soar dos bombos a tocar ao desafio, o público a puxar pelos bombos para tocar mais alto e mais rápido; as peles dos bombos tingidas de um vermelho sem dor; o fogo de artifício a rebentar estridente, as girândolas de fogo de cana que nunca mais acabavam… As vacas de fogo que ao longe via a correr pelo centro da festa… e, mais tarde, já adolescente, a memória do mel (tradição em que no último dia da festa, a partir de altas horas da madrugada, quem estivesse na rua era literalmente brindado com um banho!).

Já tinha feito parte da comissão, embora com outras responsabilidades?

Todos os anos é nomeada pela comissão vigente uma nova comissão organizadora das festas Sebastianas para o ano seguinte. Existem exceções de pessoas que já fizeram parte de mais do que uma comissão de festas, mas a regra é que só se é festeiro uma vez. No meu caso particular nunca tinha feito parte de nenhuma comissão de festas das Sebastianas.

As Sebastianas são uma festa conhecida no Norte e não só. O que acha que a torna tão especial?

As Sebastianas são especiais, em primeiro lugar, pelos já mais de 120 anos de história em honra ao Mártir São Sebastião. Começou por ser uma festa de cariz religioso que, ao longo dos anos, veio a adaptar-se num misto de sagrado e profano. O que também torna esta festa tão especial é a forma como elas são realizadas: pela população e para a população. Nos moldes em que são feitas, as festas existem tão somente porque a população quer que elas aconteçam, apoiando ao longo do ano as várias iniciativas que são promovidas pela comissão, por forma a se angariar fundos para as Sebastianas.

Ao longo do ano, alguns desses momentos são emblemáticos são: a noite de Santa Luzia (feira dos capões), a festa de Nossa Senhora da Conceição no mítico Ramiro, o tradicional Magusto, o Arraial, os vários leilões, entre muitas outras atividades. Já no decorrer das Sebastianas, temos momentos únicos, desde uma majestosa procissão onde os típicos tapetes são feitos pela população em fitas pintadas de madeira (excedente de material das industrias locais), às marchas cujos carros alegóricos são feitos com o esforço e dedicação da população freamundense durante meses, às grandiosas sessões de fogo de artifício com o já denominado “Final à Freamunde”. Além disso, proporcionamos uma fantástica noite de bombos com dezenas de grupos a juntarem-se no centro de Freamunde para comemorar um dos nossos ex-libris: o bombo! Paralelamente, existe um programa cultural com vários artistas de renome, tudo isto de acesso gratuito para toda a população.

É um ano a preparar as festas e a privar-se de outras coisas? Vale a pena todo o esforço? Porquê?

As Sebastianas implicam um esforço e um compromisso grande, não só de quem organiza a festa, mas também das famílias, amigos e até das entidades patronais. Existe uma compreensão generalizada em Freamunde da dedicação necessária para que esta festa aconteça, para que todas as tradições sejam cumpridas. Todo este esforço vale a pena, quer pelas amizades para a vida que se ganham dentro da comissão, quer pela força e carinho que a população nos transmite.

Quanto ao programa deste ano há alterações relativamente ao ano anterior? O que as pessoas podem esperar deste ano?

Todos os anos existem tradições a ser cumpridas, não se preveem este ano alterações substanciais no que concerne aos pilares das nossas festas. No entanto existem sempre algumas alterações de ano para ano: cada comissão quer dar o seu contributo e as suas ideias de melhoramento à dinâmica das festas. Assim sendo, o público pode aguardar várias surpresas que estamos a preparar. Esperamos que gostem!

As Sebastianas são as festas da cidade de Freamunde, celebradas em honra de São Sebastião. É uma festa anual que decorre sempre no segundo fim-de-semana de julho. O tema desta edição das festas é a “Liberdade”.

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