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O presidente do FC Vila Boa de Quires não entende as críticas de Paulo Silva após este ter sido demitido do comando técnico da equipa sénior do clube, na sequência da derrota (1-0) no terreno do FC Felgueiras B, no passado sábado, 16 de março, no jogo da 6.ª jornada da Série 3 da Fase de Manutenção da 1.ª Divisão da Associação de Futebol do Porto (AFP).

O treinador lamentou que tivesse sido informado da decisão “através de uma mensagem no WhatsApp” e acusou José Teixeira “de falta de cultura desportiva”.

Na reação às acusações de Paulo Silva, o líder vilabonense assume que efetivamente contactou o técnico via WhatsApp, mas apenas para lhe confirmar aquilo que já tinha ficado estabelecido numa reunião presencial, dias antes: “em caso de derrota com o Felgueiras B, não haveria mais condições para continuar”, o que veio a suceder.

“Dizer que ele foi despedido através do WhatsApp é mentira. Após o jogo com o 1º Maio Figueiró, na jornada anterior, eu tive uma conversa com o Paulo Silva e disse-lhe que não podia continuar e que não tinha condições, porque as coisas não estavam a correr bem. Ele insistiu na sua permanência, com vários argumentos. Nessa altura disse-lhe que se perdêssemos o jogo com o Felgueiras B, não haveria mais condições para continuar e foi isso que aconteceu. No final do jogo, ele não veio ter comigo e fiz-lhe a confirmação por WhatsApp”, explicou.

José Teixeira assegura que a saída de Paulo Silva se deveu, única e exclusivamente, aos maus resultados.

“Se mudamos de treinador é porque somos ambiciosos e não queremos descer de divisão. Foi esse o motivo, mais nenhum. Não andamos aqui contra ninguém. Tomáramos nós que o treinador estivesse aqui três, quatro, cinco anos. O problema é que tem de aparecer os resultados, até porque o futebol vive de vitórias”, esclareceu.

A equipa marcoense sofreu em Felgueiras a terceira derrota consecutiva e a quarta nos seis jogos realizados nesta fase, que a deixa em situação delicada para garantir a presença na Divisão de Honra da próxima temporada, o que equivale a uma manutenção.

Paulo Silva também lamentou o facto de o clube não ter conseguido contratar “nenhum jogador” para reforçar o plantel nesta etapa decisiva da temporada. Na resposta, José Teixeira garante que se tal não aconteceu se deveu apenas à falta de capacidade do treinador.

“Eu dei-lhe carta branca para ele contratar os jogadores que ele conseguisse. Falamos até em valores, mas ele não me apresentou um único jogador. Essa parte de não haver jogadores compete mais ao treinador em arranjá-los do que à própria direção. O treinador é que sabe as posições que lhe faltam e aquilo que é necessário. A direção está aqui para dirigir e não para treinar jogadores”, ripostou.

O FC Vila Boa de Quires procura agora o quarto treinador da temporada, que “ainda não está escolhido”. José Teixeira considera que a decisão terá de ser tomada “com calma”.

O adjunto Joaquim Almeida é quem vai, para já, assumir o leme da equipa e quem estará no banco, no próximo domingo, 24 de março, na receção ao Várzea do Douro, no dérbi do concelho do Marco de Canaveses.

A época arrancou com Eduardo Mota no comando. Deixou o clube no inicio de novembro, à 8.ª jornada. Seguiu-se Bruno Francês, que durou apenas cinco jogos no cargo e saiu no final de dezembro. Agora é Paulo Silva quem larga o leme do conjunto vilabonense, ao cabo de dez partidas, período no qual somou duas vitorias e averbou oito derrotas.