cuidar lousadaFoto: Município de Lousada
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No âmbito do VI Seminário da Comissão Integrada para o Idoso e Adulto Dependente de Lousada (CIIAD), o presidente da câmara municipal, Pedro Machado, propôs a criação de uma Comissão de Proteção do Idoso e Adultos Dependentes no concelho.

O “desafio” foi lançado à Rede Social e lembrou que já existe “junto dos mais novos” a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, mostrando a autarquia “disponibilidade total na criação deste mecanismo”.

O tema abordado no seminário “deve ser um motivo de preocupação para todos, na medida em que a demografia foi colocada, muitas vezes, em segundo plano, e a situação está a alterar-se”. “A população está cada vez mais envelhecida e esse fator coloca desafios difíceis. Lousada é dos poucos concelhos do país em que houve a necessidade de abrir salas de aulas nas escolas, em dois anos consecutivos. Mas o número de pessoas com mais de 65 anos está também a aumentar”, referiu o autarca.

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Foto: Município de Lousada

O ideal passa por um “envelhecimento ativo, para que as pessoas se sintam mais úteis e integradas em sociedade e, para os adultos dependentes, respostas sociais mais efetivas”. “É importante que as pessoas cuidadas e os cuidadores tenham atenção por parte da sociedade”, disse, sublinhando que, “em 2020, o município, numa parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lousada, criou a Bolsa de Cuidadores Formais que permite substituir o cuidador para que este possa ter alguns períodos de descanso e apoio”.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lousada (SCML), Bessa Machado, começou por referir que: “Estamos verdadeiramente despertos para o tema dos cuidadores quando passamos pela situação de nos tornarmos cuidadores informais. Porque que cuida fica durante anos esquecido pela sociedade e, muitas vezes, até pela família”.

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Foto: Município de Lousada

O primeiro painel teve como mote a Humanitude com a apresentação de “A Humanitude – abordagem do cuidar”, com Afonso Pimentel. Juntaram-se ao debate Zélia Reis, da Santa Casa da Misericórdia da Trofa, Daniela Oliveira, do Centro Social e Paroquial de Sobreposta, e Francisca Miranda, da SCML.

O segundo painel teve como tema “Cuida’T” e esteve em debate “Os cuidadores informais e projetos de intervenção”, com a moderação de Diogo Fernandes. “Movimento a Cuidar dos Cuidadores Informais” foi o tema apresentado por Rita Reis, representante do projeto e responsável pela comunicação na Merck. Ana Pinheiro, coordenadora do projeto “Cuidar de quem cuida”, do Centro de Assistência Social à Terceira Idade e Infância de Sanguêdo, foi outra das palestrantes. Do Centro Distrital de Segurança Social do Porto estiveram presentes Adília Sousa e Ana Teresa Fazenda, para abordar “O Estatuto do Cuidador Informal”.

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Foto: Município de Lousada

A última intervenção foi relativa ao Centro de Apoio ao Cuidador Informal de Lousada, da SCML, apresentada por Sílvia Alves, cujo mote é “Um projeto de intervenção comunitária para cuidadores informais”, informa um comunicado da autarquia.

No encerramento estiveram presentes a diretora-adjunta do Centro Distrital de Segurança Social do Porto, Rosário Loureiro, Susana Cunha, da SCML, em representação das entidades parceiras CIIAD, e a vereadora com o Pelouro da Ação Social do município, Maria do Céu Rocha.

A vereadora destacou que “a CIIAD foi criada, no âmbito da Rede Social de Lousada, exatamente para fazer face a algumas das preocupações existentes”. A Rede Social “esteve na génese deste trabalho, mas a SCML é a entidade executora do projeto que tem uma responsabilidade partilhada com a Segurança Social, com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Tâmega III — Vale do Sousa Norte e com todas as instituições particulares de solidariedade social do concelho com responsabilidade social junto dos idosos e adultos dependentes”.

“A CIIAD tem desenvolvido diversos projetos, assim como o município, no âmbito da Rede Social, nomeadamente o Movimento Sénior, que tenta potenciar a qualidade de vida dos seniores”, acrescentou.

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Foto: Município de Lousada

O facto de “60% das pessoas que trabalham com idosos ou adultos dependentes não terem formação”, como referiu Afonso Pimentel, durante a sua intervenção, é para Maria do Céu Rocha “um dado preocupante, na medida em que, muitas vezes, as pessoas que procuram formação não querem a área da geriatria porque sabem o trabalho que acarreta”. “Não há propensão nem vontade para estas áreas”, completou.

No sentido de prestar apoio aos cuidadores informais, a vereadora sublinhou a importância da “Bolsa Lousada Cuida, um projeto a que o município se associa porque faz todo o sentido para que as pessoas tenham qualidade de vida e tenham um alento para cuidar dos seus”: “É necessário olharmos todos na mesma direção para que os idosos e adultos dependentes em Lousada tenham melhor qualidade de vida”.