A ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações esteve esta segunda-feira, dia 24 de outubro, em Resende para apresentar um estudo sobre a qualidade de serviço dos sistemas de comunicações móveis no concelho. Em conjunto com o Governo, o objetivo é que o país esteja coberto por fibra ótica daqui a três anos.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração da ANACOM, João Cadete de Matos, vai haver fundos europeus para que tal objetivo possa ser alcançado. O Governo vai lançar um concurso “até ao final do ano” e também vão poder ser utilizadas verbas do Orçamento do Estado.
Essa cobertura de fibra ótica vai ser realizada por “um operador neutro” e pode depois ser comercializada por qualquer operador. Metade do investimento vai ter de ser realizado até ao próximo ano.
A ideia é “cobrir onde não há fibra ótica”, ou seja, fazer desaparecer as chamadas “áreas brancas” (zonas do território onde não existe rede fixa de capacidade muito elevada) ou as “áreas cinzentas” (onde apenas estão cobertos até 10% do número de alojamentos).
No concelho de Resende, existem 1.409 alojamentos familiares em áreas brancas ou cinzentas. As freguesias de São Cipriano (247), Barrô (221) e São Martinho de Mouros (183) são as que apresentam menor cobertura. “Queremos que estas áreas brancas desapareçam”, comentou João Cadete de Matos.
Segundo os resultados do estudo apresentado por Luís Roque Pedro e Patrícia Gonçalves, realizado nos dias 5, 8 e 9 de agosto deste ano, em relação à rede móvel, os piores desempenhos (voz e dados) no concelho aconteceram nas regiões a sul, que “são as mais críticas em termos de cobertura”. Em particular, são referidas a União de Freguesias de Ovadas e Panchorra, a União de Freguesias de Felgueiras e Feirão e a freguesia de Paus. Por outro lado, os melhores desempenhos foram registados nas zonas residenciais de Resende.
Em termos percentuais, aproximadamente em cada 100 chamadas houve cinco (2,6% chamadas perdidas e 2,4% chamadas abandonadas) em que não foi possível estabelecer ou concluir com sucesso. Estas chamadas foram efetuadas de terminal móvel para terminal móvel, do mesmo operador, com duração de 60 segundos, em intervalos de dois minutos. “Não nos contentamos em ser só 95%. Tem de ter fibra em todo o concelho e há maneira de o fazer e é isso que vai ser feito”, afirmou o presidente.
Neste estudo foram realizadas 1.158 chamadas de voz, 435 sessões de dados e 93.924 medições de sinal rádio em 373 quilómetros percorridos.
“Em breve”, vai ser colocado em consulta pública um novo estudo, “mais preciso”, que é feito “casa a casa”. Assim, na sessão desta segunda-feira, que contou com a presença do presidente da câmara municipal, vereadores e presidentes de junta, foi pedido que os autarcas locais consultem o mapa e vejam “se o relatório é fiel” à realidade.
Garcez Trindade, presidente da autarquia, mostrou-se “muito satisfeito” com as notícias que ouviu e reconheceu que se trata de “uma lacuna muito grave”. “O Governo arranjou maneira de colocar à disposição dos portugueses este meio, que é fundamental para que haja desenvolvimento e uma melhoria da qualidade de vida. É uma boa notícia para que tenhamos em Resende também a possibilidade de aceder a tudo como têm as grandes cidades e os grandes meios que aqui, infelizmente, ainda não dispomos”, disse.
