Miguel Esteves Cardoso é o autor homenageado na edição deste ano do Festival Literário – Escritaria, do concelho de Penafiel, que começou no dia 23 e decorre até ao próximo domingo, 29 de outubro.
Na chegada ao concelho, o escritor foi recebido com uma encenação de um grupo de teatro, dando início à cerimónia do descerramento da escultura de Miguel Esteves Cardoso, de Ricardo Crista, e da instalação da Frase Escritaria 2023, que decorreu na manhã desta sexta-feira, 27 de outubro, na Praça do Ponto C.
Na 16.ª edição da iniciativa, Miguel Esteves Cardoso mostrou-se “honrado” pela homenagem prestada pelo município, numa cidade “tão bonita. Fiquei deslumbrado. Isto dá-me força para acreditar em mim mesmo e escrever mais coisas”, começou por dizer. As palavras dirigidas continuaram e o escritor deixou a garantia de que vai “escrever sobre Penafiel. Vou dizer que ideia de Penafiel não corresponde nada ao que ouvi dizer. É muito mais bonito do que as pessoas dizem. Fez me lembrar Oxford, é um sítio pequeno e ótimo para pensar. Penafiel inspira. Passamos por casas que parecem romances à espera de ser escritas. Ajuda muito ver as coisas pela primeira vez e não se pode desperdiçar isso”, afirmou em declarações aos jornalistas.
A passagem pelo concelho vai continuar no fim de semana e Miguel Esteves Cardoso não tem dúvidas de que se vai “lembrar sempre” desta homenagem. “Para mim este é um momento que vai ficar para sempre”.
No final da cerimónia, acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Antonino de Sousa, e vereadores, Miguel Esteves Cardoso conheceu algumas das ruas mais emblemáticas da cidade, continuando a partilhar a admiração por Penafiel. “É gratificante ter essa reação por parte do nosso homenageado. Fazemos tudo com gosto e carinho e obviamente que ficamos satisfeitos quando a reação é positiva. O Miguel Esteves Cardoso é uma grande personalidade da nossa vida literária e a par disso é uma pessoa que tem uma história de vida notável e que inspirou várias gerações”, referiu Antonino de Sousa.
O autarca deixou vários elogios ao escritor e destacou uma iniciativa que “não é apenas um festival literário da cidade de Penafiel, do país, é de facto do mundo que fala português. Aliás temos a convite do ministro da cultura de Cabo Verde o desafio de levar o Escritaria à cidade de Germano de Almeida (Boa Vista), autor homenageado há duas edições. Queremos levar grandes nomes da literatura portuguesa e Penafiel aos vários continentes”, frisou.
O Escritaria conta com a envolvência de toda a comunidade, uma dimensão que Antonino de Sousa considera “importante. Temos trabalhos expostos, arte de rua feita por escolas do concelhos, mas também por centros de dia”, revelou.
O Festival Literário termina no domingo, 29 de outubro, com a “A noite da má língua”, com Rui Zink, Rita Blanco e Manuel Serrão e moderação de Júlia Pinheiro. Este será um “momento muito especial porque é um programa de época, de um tempo em que não existiam canais de informação, tantos programas de crítica e sátira. Há uma geração que está expectante para ver o que vai acontecer no próximo domingo na recriação”, disse ainda Antonino de Sousa.
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