Centenas de pessoas, envolvidas nas visitas pascais, vão para a rua este domingo, dia 31 de março, para levar o anúncio da ressurreição de Jesus Cristo, de casa em casa, e, nem a chuva que está prevista para este dia, os faz desistir. É o caso de José Mendes, de 59 anos, que já sai com o Compasso de Constance, no concelho do Marco de Canaveses, desde 2012.
Numa entrevista ao Jornal A VERDADE, o católico confidencia que, antes de 2012, “já tinha saído, em Vila Boa de Quires, até porque o meu pai foi lá Juíz da Cruz durante vários anos”, explicou.
Questionado sobre o motivo que o levou a começar a pertencer às equipas da visita pascal, o marcoense garante que, em primeiro lugar, “está a fé. Em segundo lugar, porque o meu pai me transmitiu estes valores, que para mim são muito importantes. Além disso, acredito que as tradições são o nosso legado e devemos cumpri-las e celebrá-las”.
Para além de José Mendes, também os irmãos acabaram por estar envolvidos no Compasso, apesar de hoje em dia já não o fazerem. “Comigo, levei o meu filho, que tocava a campainha, desde os cinco anos. Um dia, espero levar os meus netos”, contou.
Esta não será a primeira visita pascal que fará com mau tempo. Recorda-se de, um ano, as equipas “comprarem capas de chuva. Mas não me lembro de vestir a minha, queríamos mais proteger as crianças. Além disso, fizemos uma boa parte do dia de carrinha, para evitar ficar tão molhados, mas naturalmente aconteceu”.
Apesar desta previsão, garante que “a emoção de levar Jesus a casa das outras pessoas é a mesma, o dia vive-se sempre intensamente para quem carrega este legado. Tudo depende de como interpretamos as coisas e a chuva pode ser a água benda a abençoar o nosso dia e a nossa mensagem”.
José Mendes, atualmente, já não é Juíz da Cruz, fazendo apenas parte da equipa. Mas confidencia que “estes anos” trouxeram-lhes grandes amigos. “Sigo neste caminho com as mesmas intenções dos anos anteriores e vou com todo o meu coração ajudar o meu grande amigo”, disse. A mensagem que, ambos, deixam é “de esperança e fé para todas as pessoas. Aos mais jovens, não deixem acabar as tradições e abram a porta das vossas casas a Jesus. A todos os que nos recebem sempre de sorriso no rosto, obrigado por abrirem as nossas portas, não só a Jesus, mas a nós também”. Por fim, deixam um medido: “além de abrirem as portas de casa a Jesus, abram também os vossos corações. Uma Santa Páscoa a todos”.
