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Desde novo que Júlio Moreira começou a fazer parte das páginas do Jornal A VERDADE, as suas conquistas e prémios na arte da tanoaria eram destacadas no jornal da terra. 

O homem natural do Marco de Canaveses foi praticamente toda a vida tanoeiro, uma arte ancestral que consiste no fabrico de vasilhames em madeira para o armazenamento do vinho, mais tarde, teve de se reinventar e começou a fabricar, por exemplo, varas e candeeiros.

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Enquanto folheia as páginas em que aparece, conta que foi considerado o melhor artesão do distrito do Porto, um dos prémios que recorda com mais emoção e que ficou cravado no papel. Para além disso, participou numa exposição em França durante oito dias e passou ainda por Lisboa e Vigo. Em Espanha eram mais de 200 expositores e Júlio Moreira trouxe a medalha de prata para Marco de Canaveses. Sem esquecer as idas mais frequentes à cidade do Porto. 

No interior da casa ainda é possível encontrar vários elementos de artesanato, desde pipas gigantes a servirem de mesa, relógios, candeeiros, elementos de decoração e bancos. Também nas casas dos três filhos existe algum artesanato oferecido pelo pai e que espelha uma vida ligada às tradições. 

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Na casa dos 84 anos, Júlio Moreira “perdeu” a destreza para praticar trabalhos minuciosos e, por isso, durante duas décadas dedicou-se ao quintal. “Tive 20 e tal anos a trabalhar no meu quintal, tinha lá tudo o que era bom. Mas, há dois anos tive um AVC e foi difícil continuar. Agora tenho feito fisioterapia e dedico-me, sobretudo, à leitura”, conta.  

Durante vários anos, Júlio Moreira foi assinante do Jornal A VERDADE, contudo há cerca de cinco anos optou por comprar o jornal a cada edição. É quase uma tradição, sempre que sai um jornal uma das filhas vai comprá-lo. Nem todos os jornais são guardados, mas os que contam “grandes histórias” do concelho ou que ilustram o percurso do assinante ficam amontoados num dos quartos da casa. 

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“Eu gosto de ver as notícias. Estou aqui o dia todo, ouço o noticiário com atenção e gosto de ler. Às vezes, ainda ligo o rádio que está pousado em cima da mesa”. Os assuntos são diversos, lê sobre o mundo, Portugal e as novidades da região e qualquer tema “é interessante. Gosto de saber de tudo um pouco e poder ter uma opinião formada”. 

Este hábito é partilhado com os seus amigos. Quando têm tempo livre, reúnem-se e ficam a ler em conjunto ou a debater assuntos. “O futebol anda na frente”, confessa Júlio Moreira. 

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A informação chega até si pelos meios de comunicação tradicionais e admite que nunca experimentou telemóveis ou computadores. “Os meus filhos e netos têm todos, mas eu não ligo muito”. 

Ao Jornal A VERDADE, o artesão marcoense confessa que “enquanto conseguir vou continuar a comprar o jornal e entreter-me a ler. Espero ver muitas notícias felizes sobre a nossa terra nos próximos anos”, terminou.

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