Apoiar aqueles que vão percorrer um caminho de fé rumo ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima, será o objetivo principal dos “Amigos dos Peregrinos”, um grupo formado pelo Grupo Folclórico de Penafiel.
No dia 6 de maio, pelas 06h30, o grupo reúne-se na Igreja da Misericórdia, em Penafiel, onde irá realizar-se a cerimónia de início da peregrinação.
De 6 a 11 de maio, os “Amigos dos peregrinos”, um grupo composto por médicas, enfermeiras , osteopatas, fisioterapeuta, auxiliares, bombeiros, cozinheiras, “tudo fará para que que as pessoas tenham todos os cuidados e atenção necessária durante o percurso”, garante António Oliveira, um dos elementos.
A criação do grupo surgiu, em 2023, após a peregrinação de maio, por um grupo de pessoas com uma vasta experiência na peregrinação. “Somos peregrinos há cerca de 20 anos e estamos a criar bases para que a organização se desenvolva e que ajude cada vez mais os peregrinos”, explica o penafidelense de 54 anos.
Estamos a criar bases para que a organização se desenvolva e que ajude cada vez mais os peregrinos
Há “20 e poucos anos” que António Oliveira iniciou o percurso de peregrino, um caminho de seis dias que descreve como “inexplicável. No meu caso, comecei para cumprir a promessa da minha irmã que tinha falecido no ano anterior. Depois tive outras promessas que fui pagando ao longo dos tempos”, recorda.
O que faz continuar um peregrino? “A fé, a crença, a alegria que dá fazer o caminho, uma série de coisas que são inexplicáveis. Só quem vai é que sabe. Dores? A partir do segundo ou terceiro dia já não deve haver uma parte do corpo que não dói. Mas a fé e a força de vontade superam tudo”, garante.
Nos vários anos de peregrino, são “muitas” as histórias que guarda na memória. “Lembro-me de um ano em que a meio do caminho torci um pé, pensava que ia desistir, mas não sei como consegui continuar e chegar até ao fim. Recordo-me, também, de um senhor com 80 e poucos anos, que partiu um braço e mesmo assim não desistiu, continuou. Há histórias de vida que vamos ouvindo pelo caminho que nos ficam gravadas na memória, a superação dessas pessoas para chegar aquele local, para pagar a promessa que fizeram. Só quem vive o percurso é que sabe o que é isto”.
Uma sensação indescritível e inexplicável
António Oliveira não tem dúvidas de que percorrer o caminho até ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima é viver um “misto de emoções muito forte. Dá para chorar, rir, pensar em desistir, em continuar, dá para tudo”. Já no momento da chegada, sente-se “uma sensação indescritível e inexplicável”.
Mas, este ano, será diferente, porque estará do lado daqueles que apoiam os peregrinos em todo o percurso. No total, serão cerca de 160 os peregrinos que o grupo irá ajudar e auxiliar. “O grupo de logística está super motivado, anda a trabalhar muito para que chegue o dia e não falte nada. Nestas últimas semanas temos muito trabalho para que os peregrinos se sintam bem“.
Hoje, os peregrinos fazem o percurso com “condições muito melhores” e para quem nunca o fez o penafidelense aconselha a ir “com algum motivo. Sem fé e força de vontade é complicado. Noto, ao longo dos anos, que há cada vez mais jovens. Somos um grupo a iniciar este ano e temos muita gente que vai a primeira vez e tudo gente jovem. Posso dizer que em 160 a maioria são pessoas com menos de 40 anos”, revela.
Para a peregrinação, que se aproxima, as expetativas “são ótimas. Tem de correr tudo bem“.
