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Fernando Vieira, um jovem natural de Soalhães, no concelho do Marco de Canaveses, optou, em 2023, por emigrar para Estugarda, na Alemanha, na procura de uma independência “que não conseguiria em Portugal”.

A ida para a Alemanha “foi uma surpresa” para o marcoense que “nunca” pensou “em emigrar, nunca equacionei isso como alternativa”. A namorada foi a “porta” para a mudança e tornou-se “um pilar” na vida de Fernando Vieira.

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Sem familiares e amigos no país, apenas a namorada, o jovem de 21 anos encara esta “surpresa” com “entusiasmo”. Confessa que “foi uma adaptação rápida, não foi tão mau como eu estava à espera”.

Desde que partiu para a Alemanha, ainda não regressou a Portugal e não ter os familiares por perto é a pior parte desta jornada. “Não ter uma pessoa que me viu nascer, que me criou, que me conhece a 100%, saber que não tenho esse carinho e essa pessoa estar longe é muito difícil ter de viver com isso”, lamenta.

Trabalha, “no mínimo, dez horas por dia” como jardineiro, trabalho que concilia com um ‘part-time’ na área das limpezas. “Levanto-me às 05h30 para chegar ao trabalho às 06h30 e, depois, termino às 15h30 e às 17h00 vou para o meu trabalho em part-time”, explica.

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Em conversa com o Jornal A VERDADE, Fernando Vieira revela que a língua é um “entrave”, mas “é um objetivo que tenho para este ano, aprender o alemão”. Fernando Vieira diz que vai aprendendo “no dia a dia” com as pessoas, com a namorada e, “também, com o ‘Google Tradutor’”.

Embora enfrente estas dificuldades, o jovem marcoense garante estar a “gostar” da experiência e não pensa voltar a Portugal tão cedo. “Trabalho muito, mas em Portugal já trabalhava. Aqui consegues ver resultados, porque ganho um salário melhor e acabo por ter mais poder de compra”, sublinha.

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A música sempre fez parte da vida de Fernando Vieira, mas o trabalho e as “tarefas de casa” não permitem que esteja tão ligado como antes. “Aqui há uma associação de portugueses que tem a música tradicional portuguesa, o folclore, o rancho”, acrescenta.

Aos jovens da mesma idade deixa um conselho: “se tiverem condições para estudar e oportunidades tentem ficar”. Contudo, àqueles que já trabalham, mas “não recebem aquilo que deveriam, e não se sentem bem onde estão, emigrem”, termina o jovem.