A “veia empreendedora” levou Manuel Alves Monteiro, natural da freguesia de Bem Viver, em Marco de Canaveses, a montar um negócio de mobiliário e a suportá-lo há 56 anos no mercado. Anos mais tarde, três dos seis filhos abraçaram o projeto e deram continuidade à empresa Móveis Monteiro.
Em entrevista ao Jornal A VERDADE, os filhos, Márcia, Margarida e Valdemar, recordam as histórias que o pai lhes conta: “os meus avós estavam ligados aos doces, os meus tios enveredaram pelo mesmo negócio, só o meu pai é que seguiu o ramo dos móveis, mas ele sempre foi muito empreendedor, desde o tempo da tropa que vendia relógios, guarda-fatos… começou a tropa sem dinheiro e acabou a tropa com dinheiro”, afirmam, com um sorriso no rosto. Manuel Monteiro demonstrou, desde cedo, arte para o negócio e uma “veia empreendedora” que se destacava no meio onde vivia. Aliás, o marcoense começou por bater de porta em porta para cortar barbas e, aos 23 anos, já era o responsável pela marca Móveis Monteiro.
Aos 79 anos, continua sem baixar os braços e, todos os dias, dá um ‘saltinho’ à casa que criou. “O meu pai vem cá todos os dias e, à noite, ainda vai buscar material, está sempre connosco, porque precisa de manter uma rotina”, partilham os irmãos. Ao seu lado tem também a esposa Joaquina Margarida Brites Pinto, que considera ser o seu “braço direito”. Como se costuma dizer na gíria: ‘por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher’ e para os filhos não há frase que se aplique melhor aos seus pais.
Para os seis filhos, o pai é um “herói. Foi sempre um pai carinhoso, pela via do trabalho não era tão presente quanto isso, nós hoje tentamos sempre estar mais presentes na vida dos nossos filhos, mas não era fácil, chegou a ter três filhos na faculdade. É o nosso herói”.
A chegada dos três filhos foi uma “lufada de ar fresco” no negócio e, fruto da necessidade de se adaptarem a novas realidades e a clientes mais exigentes, os Móveis Monteiro decidiram expandir e criar uma segunda loja, localizada em Favões (Bem Viver). “Sentimos necessidade de erguer uma nova loja com um conceito diferente”. explicam. Dezanove anos depois, o espaço continua “moderno e adaptado à realidade. Precisamos de acompanhar as tendências, embora as linhas mais antigas ainda se vendam e a casa principal continue a ser a de Ariz, mas sem esta não era possível continuar com o negócio tão ativo”, garantem.
Trabalhar na empresa Móveis Monteiro significa reinventar-se a cada dia. “Vamos às feiras, observamos o mercado, exploramos estratégias novas… o importante é nunca pararmos, porque dessa forma o negócio ‘morre’”.
Manuel Alves Monteiro e Joaquina Margarida Brites Pinto conseguiram transmitir o gosto pela área do mobiliário a três filhos e esperam que o negócio permaneça dentro da família.
Por enquanto, Margarida, Márcia e Valdemar têm as ‘mãos na massa’ e prezam por prestar o melhor serviço possível a cada cliente. “Trabalhamos ao pormenor, ouvimos sempre o cliente e fazemos de tudo para irmos ao encontro das suas expetativas, porque é uma satisfação pessoal ver o produto final”, realça Márcia.
“Sérios, cumpridores e profissionais” são as palavras que utilizam para descrever o trabalho que desenvolvem, mas também destacam estarem prontos para “ouvir propostas e queixas dos clientes. Quando corre tudo bem, muito bem, quando corre menos bem, tentamos remediar”.
Manuel Monteiro, Margarida Pinto, os três filhos, e mais alguns colaboradores na retaguarda têm sido capazes de aguentar a casa há 56 anos e esperam que o futuro continue “risonho. Temos correspondido aos anseios de várias gerações, são pais, filhos e netos a passar pela casa e, por isso, só resta agradecer. Obrigada por confiarem em nós. Vamos continuar a fazer parte dos vossos sonhos”.
Foto-galeria Móveis Monteiro
