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Diana Ferreira é bombeira voluntária na corporação de Paço de Sousa, no concelho de Penafiel, e conquistou, no passado dia 8 de março, a medalha de ouro no desafio ‘Toughest Firefighter Alive’. Em entrevista ao Jornal A VERDADE, a jovem de 23 anos recordou a inscrição nos bombeiros voluntários, bem como o início das participações em provas de bombeiros.

Tudo começou em setembro de 2016, quando tinha 16 anos, por incentivo de um tio. “Foi-me cativando e levando para o quartel, até que, um dia, fiz a inscrição. Fui sem qualquer expectativa, nem sabia muito bem para o que ia, mas não me arrependo”, garantiu.

Atualmente, Diana é bombeira de terceira e concilia este serviço com o de militar e também com o curso de Gestão Pública. “Ingressei no exército em 2018, como Praça, e a especialidade que escolhi foi Socorrista, influenciada pelos bombeiros. Atualmente, sou furriel no exército”, descreveu.

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Foi em 2023 que iniciou esta aventura nas competições de bombeiros e a participação no ‘Toughest Firefighter Alive’ surgiu devido ao pódio alcançado na prova Bombeiro de Ferro, no ano passado. “Foi a primeira vez que participei a nível internacional. Sempre gostei de exercício físico, da prática do desporto, então aliei esse gosto ao gosto dos bombeiros. Nunca pensei chegar onde estou, participamos e temos sempre aquele gosto de querer mais, mas não estava à espera que fosse acontecer”, afirmou.

As provas na Arábia Saudita foram “uma montanha russa”, sendo uma “semana muito intensa de provas. A primeira prova foi a subida à torre de treze andares, o segundo dia foi a prova de equipas e o terceiro dia, que foi a prova mais importante, foi a individual”.

A jovem recordou ainda os contratempos vividos no país. “A Arábia Saudita tem um clima muito seco e passei um pouco mal por causa da rinite, o que acaba por influenciar na nossa prestação. As comidas também são diferentes e havia sempre o receio de estar a comer algo a que o corpo pudesse reagir de forma negativa”, descreveu. Para além disto, houve também “o fator do descanso. Eram poucas as horas para descansar, tendo em conta a exigência das provas”.

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Apesar destes “contratempos”, Diana Ferreira garante que o “resultado fez valer a pena”, tendo arrecadado duas medalhas para Portugal. “Vamos para competir, para trazer algo para nossa casa, mas temos de ter os pés bem assentes na terra, porque uma competição destas, que envolve quase 300 bombeiros de 27 países é, de facto, uma grande dimensão. Tal como vamos com esse pensamento, os outros 300 bombeiros também ambicionam o mesmo, e ter conquistado dois prémios nesta competição é mesmo um motivo de grande orgulho e reflete todo o trabalho de casa que está por detrás destas medalhas. Subir ao pódio e ouvir soar o nosso hino em terras árabes foi, de facto, muito emocionante”, frisou.

A jovem penafidelense destaca ainda “o carinho recebido” por “amigos, família e por pessoas que não me conhecem. Não há palavras, não tinha noção do que se estava cá a passar e não tinha noção do alcance que isto teve e continua a ter”.

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Diana Ferreira pretende “continuar a participar nas provas nacionais” e tem o desejo de marcar presença, na Dinamarca, no World Firefighter Games, em setembro. “Estamos a tentar reunir condições para poder participar, porque são muitos custos e se não tivermos apoio, vai-se tornar impossível. No caso desta prova, na Arábia, a organização financiou tudo, só que agora a prova na Dinamarca já não é assim, temos a inscrição, as viagens, o alojamento e isso tudo é suportado pelos participantes, vamos ver o que poderá ser feito e se conseguimos algum tipo de apoio”, finalizou.