De quatro a 80 atletas. Foi este o crescimento da secção de voleibol da Casa do Benfica do Marco de Canaveses, que iniciou o projeto em janeiro de 2023. Com um “balanço muito positivo”, José Augusto Pereira, presidente da Casa do Benfica do Marco de Canaveses, garante que o trabalho “tem sido muito gratificante” e foi “surpreendente” a adesão neste primeiro ano.
“Tem sido o passa palavra entre as atletas e é um desporto que elas gostam. Os pais também têm ajudado a que elas sigam esta modalidade. Foi uma aposta ganha e vai continuar a ser. Temos a expectativa de que mais meninas se juntem ao projeto”, apontou. O presidente da Casa do Benfica marcoense revelou ainda que serão feitas novas captações e haverá dois novos polos. “Vamos passar o polo de Favões para a Escola Secundária de Alpendorada e brevemente vamos começar a dar treinos também em Toutosa. Queremos abranger mais o território e, dessa forma, dar a oportunidade a mais meninas de praticarem este desporto”, disse.
A ligação entre as atletas é o que motiva a direção e a equipa técnica a continuar a desenvolver este projeto. “O ambiente que criam é fantástico e o espírito de equipa está muito presente. Muitas delas não se conheciam e é essa amizade e companheirismo que queremos que elas levem para a vida”, frisou.
Atualmente, há três escalões, as minis, as infantis e as iniciadas. “As duas últimas competem na Associação de Voleibol do Porto, enquanto que as minis não têm uma competição, então vão participando em torneios e estão a aprender os fundamentos da modalidade”. O objetivo, passa, então, por chegar “cada vez a mais atletas. Não têm de ser benfiquistas para se juntar ao voleibol da Casa do Benfica, temos apoiantes dos três grandes, mas ali é tudo a mesma camisola que é a Casa do Benfica”.
José Augusto Pereira destaca ainda o “orgulho” pelo “percurso diário. Nunca tivemos a ambição de ter um determinado número de atletas, o que interessa é fazer o trabalho bem feito e isso está a acontecer. Vamos continuar com a mesma vontade”, garantiu.
Marcos Almeida: “Hoje todos entendem que com trabalho tudo se consegue”
Marcos Almeida é o treinador rda secção e alguém que “lutou” por conseguir trazer o voleibol até Marco de Canaveses. “Hoje, todos entendem que, com trabalho, tudo se consegue. É tudo um processo e tem de haver paciência”, disse.
O treinador conseguiu “cativar” as atletas e garante que tudo o que faz tem de ter “um pouco de emoção. Temos de trabalhar junto com os pais, porque não é só o desporto, é necessário haver trabalho de todas as partes, com alimentação,repouso e foco naquilo que estão a fazer”.
Marcos Almeida recordou que as atletas são meninas que “nunca jogaram voleibol na vida, temos meninas que começaram há um ano e têm dificuldades, temos outras, que estão há três ou quatro meses e que já estão a jogar. O planeamento é visar a quantidade, no primeiro e segundo ano, depois extrair a qualidade. Alguns pais cobram, que é preciso ganhar, mas o ganhar agora não é fundamental, o ganhar é aprender a jogar voleibol. Peço às atletas para verem jogos de outras equipas para aprenderem com quem já está na área há muito tempo. Acho que estão bem envolvidas com o voleibol”, frisou.
Mas os resultados já começaram a aparecer. No passado dia 3 de março, a equipa de infantis, sagrou-se campeã de série, no Campeonato Regional. “Foi um feito muito positivo para o primeiro ano, diria até que foi surpreendente. Enfrentamos clubes com muitos anos de história”, referiu.
Atualmente, para além do treinador Marcos, a Casa do Benfica conta também com a professora Rita e com o jovem “Gustavo, que é aluno do 12.º ano de Amarante e que está a estagiar”. Contudo, “é preciso mais”, mas “é difícil. É um trabalho que estamos a fazer, temos as portas abertas”. Marcos Almeida deixa um agradecimento “à direção, aos pais e aos colaboradores, mas principalmente aos pais, que estão a dar a oportunidade às filhas de praticarem voleibol”. Para as atletas, o treinador destacou que o fator mais importante “é a determinação, o comprometimento e o foco no que ambicionam. O mais importante é treinar e jogar”.
Por fim, José Augusto Pereira, refere que o “projeto está a crescer e o objetivo é que continue. Estamos sempre à procura de treinadores credenciados, este é um projeto que começou do zero, então é mais difícil”, deixando um agradecimento “aos pais” e também “às atletas. O sucesso deste ano deve-se, principalmente, a elas, porque nunca desistiram e estão sempre com vontade de treinar e de jogar. São elas o pilar desta secção, deste projeto e são as responsáveis para que corra bem no futuro”.
