psd penafiel chts
Publicidade

A conjuntura atual das urgências no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) e a constituição da ULS do Tâmega e Sousa são os assuntos em cima da mesa que mereceram uma visita por parte da Comissão Política do PSD Penafiel (CPC/PSD).

A reunião teve lugar esta terça-feira, dia 7 de novembro, e pretendeu avaliar a capacidade de resposta do CHTS em contexto de urgência e a constituição da ULS do Tâmega e Sousa. A Comissão Política do PSD Penafiel (CPC/PSD) defende que a ULS poderá ser uma fator de “discriminação”, já o CHTS defende que a unidade será “uma grande oportunidade”.

Após a reunião, o PSD referiu, em nota de imprensa, ter ficado “ainda mais preocupado com o estado atual e futuro dos cuidados de saúde no concelho e na região” e apelou “a que todos os agentes políticos se unam para defender a principal estrutura de saúde da região”.

Perante a instalação da ULS, o partido mostrou-se “preocupado”, considerando que “se não se tomarem medidas imediatas, a sua constituição pode representar a manutenção do mau estado em que nos encontramos e, mais grave, uma discriminação dos habitantes de Penafiel e da região”, utilizando para isso um exemplo: “Em termos práticos, se com a nova ULS se mantiver o atual financiamento para a região (a soma das transferências para o CHTS e os três ACES), significa que continuará a receber 630,00 euros por cada habitante (300.000,00 euros). Ora, as atuais ULS’s constituídas no país recebem, em média, 1.000,00 euros por habitante. Ou seja, como a região tem cerca de 500 mil habitantes, receberá menos 200 milhões de euros, isto é, menos 370,00 milhões de euros por habitante”.

Perante este exemplo, o PSD reforça que “se tornará cada vez mais impossível atender com qualidade aos cuidados de saúde da região. Ora, os habitantes de Penafiel e da região são tão portugueses como os das outras regiões do país. O PSD de Penafiel exige de imediato que se combata esta discriminação”, foi ainda referido no comunicado enviado aos órgãos de comunicação social.

Por sua vez, o CHTS, que viu a ULS aprovada esta terça-feira no Diário da República, referiu que este serviço será “uma grande oportunidade” e que vai trazer “melhoria da articulação na prestação de cuidados entre as diferentes instituições e da racionalização e melhor aplicação de recursos”.

Na visão do CHTS, a ULS é “uma oportunidade para a correção de desvios do financiamento que vêm do passado e que, fruto dos novos critérios a aplicar, deverão melhorar significativamente a capacidade de resposta à vasta população de cerca de 5% da população portuguesa, seja pela alocação prioritária de verbas para a promoção da saúde e prevenção da doença, seja pelo reforço dos recursos humanos, pelo reforço das infraestruturas e equipamentos nos ACES e para internamento, consultas e bloco operatório no hospital”. 

Nesta questão, o CPC/PSD Penafiel referiu que, atualmente, os” doentes críticos têm de ser tratados no Porto” é um “revés nos direitos de acesso à saúde” para a população que representa os 5% do país.

Alberto Santos, presidente do PSD/Penafiel, acabou por lançar um desafio aos partidos políticos. “Independentemente das cores políticas, as autarquias locais, a Comunidade Intermunicipal e a administração do CHTS/devem unir esforços e, a uma só voz, exigir urgentemente o que a região tem direito.”

De forma a dar resposta, o PSD acredita que “urge a imediata ampliação” do hospital. “São necessários novos gabinetes de consulta, blocos do internamento e renovação dos equipamentos”. Alberto Santos terminou por afirmar que “não há tempo a perder, para que os profissionais trabalhem com dignidade, para que os doentes sejam tratados nas devidas condições, e não fiquem nos corredores, para que diminua as listas de espera, nomeadamente na consulta externa, mas não só. Principalmente agora num momento de incertezas quanto ao futuro político do país, todos os responsáveis políticos do concelho e da região devem reclamar este direito, antes que se perca de vez a oportunidade de se fazer diferente. É a saúde de todos nós e das futuras gerações que está em causa.”

Posto isto, o CHTS reiterou que a ULS trará essa resposta. “A fixação de quadros mais qualificados, a melhoria do bem-estar da população e o desenvolvimento económico que advirão com este projeto, a partir do próximo ano, darão certamente a necessária ajuda na alavancagem para uma região que tem atualmente um dos mais baixos PIB per capita do país”. 

Com os olhos postos no futuro, existe uma ambição que o CHTS se “tranforme numa das regiões com melhor padrão de saúde do país. Atendendo ao facto de haver cobertura total de médicos de família e ainda da grande atratividade do CHTS para a fixação de novos profissionais, é plausível considerar como desígnio que a região se transforme”. 

O CHTS traçou o panorama desde 2016 e destacou que houve “um aumento  significativo do número de profissionais que permitiu crescer a atividade do CHTS ano após ano, com mais consultas, mais internamentos e mais cirurgias. Em 2016 existiam 1.815 profissionais e em dezembro de 2023 vão ser quase 2.700”. 

No entanto, referem-se ao atendimento no serviço de urgência como “uma crónica dificuldade. Por um lado, o CHTS tem uma das maiores urgências do país (maior que a dos hospitais Santo António, Braga, Gaia, Vila Real, entre outras), com um número diário de atendimentos muito elevado e que origina dificuldades próprias; por outro lado, há os constrangimentos de espaço físico que possam albergar doentes que temporariamente precisam de ali aguardar por vaga de internamento“.

Por enquanto, o CHTS tenta “minorar os efeitos” e espera que “o novo modelo em ULS e as correções de financiamento que venham a ser feitas, permitam uma melhoria significativa da resposta nos próximos meses”.