camara castelo de paiva
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O Partido Socialista (PS) de Castelo de Paiva acusou, em comunicado de imprensa enviado aos órgãos de comunicação social, o atual executivo municipal do Partido Social Democrata (PSD) de “abandonar seis freguesias do concelho”, através do encerramento das escolas em Bairros, Fornos, Paraíso, Pedorido, Raiva, Real e São Martinho, encerrando ainda o Agrupamento do Couto Mineiro do Pejão. A Câmara Municipal de Castelo de Paiva garante que o “PS faltou à verdade” nas acusações que realizou.

Segundo nota de imprensa do PS, esta informação consta nas propostas “da nova Carta Educativa Municipal para Castelo de Paiva. Este documento estratégico e de planeamento para a educação, que tem um custo de mais de 35 mil euros para o município, define, entre outras matérias, a (desastrosa) política do executivo em permanência de José Rocha e do PSD para a implementação da rede de escolas no concelho, durante os próximos anos”, foi referido. 

Neste sentido, a oposição acusa o PSD de tomar decisões “absurdas e incoerentes”, explicando que o executivo municipal tem aplicado, “e bem”, recursos financeiros para “continuar a defender a desagregação e a reposição das nove freguesias do concelho”. No entanto, consideram ser uma “falta de sentido de defesa e de incoerência” a intenção de fechar as escolas.  

Ainda neste âmbito, o PS questiona-se sobre “as contratações de pessoal que custam mais de meio milhão de euros por ano” e que são justificadas pelo “número significativo de escolas no concelho, e agora querem encerrá-las?”. Na visão do PS de Castelo de Paiva, com esta carta educativa José Rocha e o PSD estão “a escancarar a liquidação das escolas, a desistir e hipotecar o futuro do concelho e das freguesias”, reforçando que estarão na “assembleia municipal contra esta proposta do PSD ao lado da defesa do ensino escolar em todas as nove freguesias”. 

Contactado pelo Jornal A VERDADE, o PSD de Castelo de Paiva garantiu que o “PS faltou à verdade”, começando por explicar que a carta educativa em vigor, atualmente, é do ano de 2006, não estando “adequada à realidade do concelho”. Assim, a nova carta educativa, resultante de um processo “claro e abrangente”, é “um documento de planeamento a dez anos e que pode ser ajustado a qualquer momento, ou seja, se a tendência de natalidade for invertida e tivermos mais alunos a carta educativa será naturalmente ajustada, esta é a verdade”, foi realçado. 

No que toca ao encerramento das escolas, o executivo municipal garantiu que a intenção de “fechar escolas e abandonar freguesias é mentira”, recordando a intenção do PS, em 2011, de “fechar todas as EB1 das freguesias do Couto Mineiro e fazer da EB1 de Oliveira do Arda um polo escolar”, tendo encerrado “oito escolas do primeiro ciclo de 2014 a 2021. Tendo em conta este fato a pergunta impõe-se: se fechou escolas para que é que o PS abriu um concurso para admissão de assistentes operacionais para as escolas? Se fechou escolas significa que o PS abandonou as freguesias?”. 

Neste sentido, o PSD de Castelo de Paiva garante ser “mentira” o desejo de encerrar escolas, ilustrando com a preparação do ano letivo 2024/25. “Comunicamos à DGEST a necessidade de não fechar a EB1 de Casal da Renda, no Paraíso e a EB1 da Póvoa. Para o PSD a educação, mais do que números, é feita de uma comunidade educativa com crianças e jovens a quem temos a obrigação de proporcionar uma educação de excelência. Para nós o que conta são as pessoas“, defenderam.

Em resposta, o PS reforçou a ideia de que os responsáveis pela carta educativa são “o PSD e o José Rocha”, denunciado o documento, e reforçando que no caso do Governo e da DGESTE de aprovarem a carta educativa será “estender a passadeira vermelha ao encerrar de todas as escolas (jardins de infância e 1.º ciclo)”, utilizando os seguintes argumentos: “pretendem juntar todos os alunos das freguesias de Paraíso, Raiva e Pedorido à EB1 Escola de Oliveira do Arda; pretendem ainda encerrar as freguesias de Bairros, Fornos, Paraíso, Pedorido, Real e São Martinho, ficando tudo concentrado em três polos educativos”, referindo-se, por último, à “reconversão da EB23 do Couto Mineiro num pólo de formação profissional”. O PS explica que não é contra esta medida, no entanto não como uma forma de “acabar com aquele agrupamento de escolas e com o ensino regular até ao 9.º ano de escolaridade”.