Aos 21 anos, Inês de Barros conquistou a primeira Medalha de Ouro Individual da Taça do Mundo no Cairo, Egito. Um ano depois prepara-se ser a primeira mulher a defender as cores de Portugal na modalidade de Tiro com Armas de Caça nos Jogos Olímpicos Paris 2024.
Os 17 dias de competição vão decorrer entre 26 de julho e 11 de agosto, reunindo 10.500 atletas de 45 modalidades, oriundos de 184 países. A equipa portuguesa estará representada por 73 atletas de 15 modalidades.

Esta será a estreia da penafidelense na prova, mas também da representação feminina na modalidade. “Sinto-me feliz e realizada. É um orgulho representar o meu país e é a concretização de um sonho participar nos Jogos Olímpicos“, garante Inês de Barros.
Na primeira participação no Jogos Olímpicos, a jovem Inês não coloca “muitas expetativas em relação aos resultados”, porque, “por experiência própria, normalmente não corre bem”. A única certeza que leva na viagem é que espera “conseguir divertir e desfrutar do evento e da competição. E, se conseguir chegar à final, já ficava muito satisfeita”.

“Não conseguimos ter as mesmas oportunidades que os nossos adversários”
Este ano, pela primeira vez, a comitiva portuguesa será composta maioritariamente por mulheres e Inês de Barros sente-se “extremamente orgulhosa por fazer parte deste feito. Esses números, para mim, mostram que as atletas estão a conseguir ter o destaque e resultados para o qual trabalharam tão arduamente”.
No entanto, a evolução não é espelhada nos apoios que os atletas recebem para conseguir participar nesta e outra provas. “Quando comparamos, a modalidade, com outros países, sim, sinto que não conseguimos ter as mesmas oportunidades que os nossos adversários”.

Contudo, a atleta destaca o trabalho da Federação Portuguesa De Tiro Com Armas De Caça que se tem “esforçado no sentido de melhorar não só as condições para os séniores, como para os júniores e para quem está a iniciar neste desporto”, reconhece a jovem.
Inês de Barros começou a vivenciar a modalidade de tiro com armas de caça desde que nasceu e, anos mais tarde, ela própria decidiu ingressar na modalidade. A tradição iniciou na família com o avô de Inês, um homem com experiência na caça que se costumava aventurar pelos campos de tiro e pelo fosso, a modalidade que é praticada tanto pela Inês como pelo pai. Recorde aqui a história da penafidelense.