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Avô e pai levaram Inês de Barros a apaixonar-se pela modalidade de tiro com armas de caça

Redação

Aos 21 anos, Inês de Barros conquistou a primeira Medalha de Ouro Individual da Taça do Mundo no Cairo, Egito.

Inês de Barros começou a vivenciar a modalidade de tiro com armas de caça desde que nasceu. Não tinha ainda sequer um mês de idade quando viajou até aos Açores para acompanhar o pai numa prova regional. Anos mais tarde, ela própria decidiu ingressar na modalidade.

A tradição iniciou na família com o avô de Inês, um homem com experiência na caça que se costumava aventurar pelos campos de tiro e pelo fosso, a modalidade que é praticada tanto pela Inês como pelo pai. 

Por volta dos 13/14 anos a jovem realizou o exame da federação e desde 2017 que Inês de Barros faz parte da seleção nacional na categoria de fosso olímpico. A primeira viagem foi até Moscovo, na Rússia, e a partir daí seguiram-se países como Itália, Croácia, Áustria, Qatar, Egito. Contudo, partilha que ainda não pisou terras americanas apesar de ser "um desejo".

Foto: ISSF

Passado sete anos depois de ter iniciado a modalidade, Inês de Barros conquistou a primeira Medalha de Ouro Individual da Taça do Mundo no Cairo, Egipto, aos 21 anos. "Foi um marco porque completei as três medalhas, o individual e completei as três medalhas com uma colega nas equipas mistas. Não senti que aquilo fosse realidade, naquele momento estava num pico de adrenalina, mas ainda não acreditava. Só começou a tornar-se realidade quando cheguei a Portugal, toda a gente a dizer que foi incrível, aí é que me caiu a ficha", partilha em conversa com o Jornal A VERDADE.

Paralelamente, a jovem penafidelense encontra-se a estudar medicina veterinária e apesar de lamentar, por enquanto, não vê futuro no desporto em Portugal. "Cá não é viável só estar no desporto, atualmente consigo conciliar as duas coisas porque ainda estou a tirar o curso, mas muito provavelmente no futuro, quando estiver a trabalhar, vou ter que tomar uma decisão que vai depender muito da situação na altura, mas em princípio não é um desporto que eu vá fazer até chegar à reforma. Neste momento consigo porque estou em casa dos meus pais, se eu tivesse sozinha não dava", partilha.

Foto: ISSF

Na família de Inês de Barros, natural de Oldrões, concelho de Penafiel, existem mais mulheres a praticar a modalidade. A si juntam-se duas irmãs, a mais velha que tirou a licença, mas acabou por, anos mais tarde, abandonar o desporto. Por outro lado, a irmã do meio ainda vai realizando algumas provas.

A propósito das mulheres nesta modalidade, Inês de Barros conta que no início sentia falta da presença do sexo feminino e via várias diferenças entre as mulheres e homens. "A prova é disputada em 125 pratos e depois temos mais uma final, mas quando eu comecei as mulheres não atiravam os 125 pratos, atiravam 75, em vez de ter dois dias de competição só tinha um, ou seja, sentia muita essa diferença".

Foto: ISSF

Entretanto o modelo mudou e começaram a surgir "mais meninas a atirar e agora temos tido muitas mulheres nas competições o que é muito bom".

Apesar do futuro ser incerto, Inês de Barros ambiciona, por enquanto, continuar a levar o nome de Portugal ao mundo na modalidade de tiro com armas de caça e honrar a tradição de três gerações.

Foto: ISSF