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Marco de Canaveses
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Para lutar contra o cancro é preciso “o apoio da família e amigos e manter a rotina”, diz Fábio Pereira

Fábio Pereira tinha 25 anos quando descobriu um Linfoma Hodgkin Clássico. Dois anos depois encontra-se sob vigilância por dois médicos, um de quimioterapia e outro de radioterapia, dois dos procedimentos a que foi sujeito durante o tratamento.

Redação

Fábio Pereira tinha 25 anos quando descobriu um Linfoma Hodgkin Clássico. Dois anos depois encontra-se sob vigilância por dois médicos, um de quimioterapia e outro de radioterapia, dois dos procedimentos a que foi sujeito durante o tratamento.

Em maio de 2023, o cancro transpareceu através de nódulos nas axilas e pescoço, que foram os únicos sintomas, aos quais, inicialmente, não deu muita atenção. “Confesso que deixei passar algum tempo porque, por coincidência, foi no mesmo dia em que me engasguei a comer e, por isso, achei que era uma inflamação”.

No entanto, a partir do momento em que se dirigiu ao médico que a hipótese de ser cancro surgiu, mas “nada garantido. Foi preciso fazer biópsias, mas a certeza só veio quando retiramos um e foi para análise”. Embora houvesse essa possibilidade, Fábio Pereira não pensava muito no assunto. “Vivemos sempre com o pensamento de que só acontece aos outros”, mas a verdade é que o diagnóstico veio.

Natural de Sande e São Lourenço do Douro, o jovem partilha que manteve uma “atitude muito positiva” e considera que lidou “bem” com a doença. “Embora tivesse limitações, procurei manter uma rotina, conviver com a família e amigos, tomar um café de vez em quando. Óbvio que não podia comer qualquer coisa, nem conviver com muitas pessoas porque a imunidade fica embaixo e qualquer descuido poderia-me levar a apanhar um vírus”.

Após os tratamentos vivia dias de “cansaço, enjoos e vômitos”. Depois tinha alguns dias para usufruir até que chegava uma nova sessão, de duas em duas semanas. Emocionalmente, também haviam dias que eram marcados por “fortes mudanças de humor. Tanto me ria como, de repente, já estava chateado com algo banal e acabava por descarregar em quem estava mais próximo”, admite em entrevista ao Jornal A VERDADE.

Felizmente, no seu caso, o cancro desapareceu ao fim de dois meses, embora tenha feito os tratamentos todos até ao fim. “Sentir-me curado acabou por trazer alguma calma. Apesar de ter uma luta pela frente, já havia algum sucesso”, conta.

“Curiosamente”, como o próprio descreve, o receio veio depois de estar curado. “Ganhei um receio de que voltasse a acontecer, fazia muita apalpação com medo de sentir algo. Mas agora não penso muito nisso, tento viver a vida porque começamos a vê-la de outra forma. Não se sabe o dia de amanhã, podemos estar muito bem e, lá está, de um dia para o outro descobrirmos um cancro”, lamenta.

Aos 27 anos, Fábio Pereira conseguiu voltar ao trabalho, na área da arquitetura. Para ir à ‘guerra’, o marcoense considera que é “essencial” ter a família e amigos por perto e “tentar viver a vida o mais normal possível, dentro das restrições impostas pelos médicos. Se ficarmos fechados em casa, sem contacto social, apenas refugiados na doença vai ser pior”, garante.

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