O Salão Nobre da Junta de Freguesia de Vila Boa do Bispo, no concelho do Marco de Canaveses, celebrou este sábado, dia 20 de abril, os “125 anos de história administrativa da freguesia 1882-2007” e homenageou os antepassados, homens e mulheres, que contribuíram para a construção desta terra.
A presidente da Junta de Freguesia de Vila Boa do Bispo, Fátima Cerqueira, esclareceu que a ideia de fazer a compilação dos 125 anos da história administrativa surgiu com Licínio Soares, historiador, que “gosta muito de investigar e recolher informação sobre o património do nosso concelho e freguesias”.
O desafio foi lançado em 2016 e recebido “de bom grado” por parte da junta. Oito anos depois e no ano em que se celebra os 50 anos do 25 de Abril, foram reveladas “curiosidades” sobre a freguesia. “Na altura pediu-nos autorização para aceder às nossas informações manuscritas e escritas e aceitamos o pedido”.
Por sua vez, Licínio Soares, responsável pela recolha da informação administrativa, historiador e formado em História com Minor em Geografia, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, explicou que “a recolha de informação nesta freguesia faz parte de um plano mais largo. Já percorri todas as freguesias do concelho, antes eram 31 e, até à data, já tenho um trabalho feito como este que vai nas 12 freguesias. No fundo, está quase metade do caminho feito”.
No caso de Vila Boa do Bispo realizou “uma recolha das curiosidades históricas e do desenvolvimento das políticas de melhoramento das condições de cada terra”, tendo desvendado “uma particularidade única no concelho: a questão demográfica, tem uma característica única, em todos os censos que se realizaram em Portugal que começaram em 1864, até 2011, em Vila Boa do Bispo a população aumentou sempre”.
Para além disso, investigou também “as preocupações na viragem do século XIX para o século XX. A grande preocupação das freguesias era a construção de um cemitério, foi preciso o governo apertar com as autoridades locais. Na altura outra preocupação, que hoje não tem grande importância, era a construção de tanques e lavadouros públicos, para além da abertura de caminhos. O fundamental é perceber a evolução que a freguesia teve nestes anos e que foi sentida, sobretudo, após o 25 de Abril”.
Para Fátima Cerqueira, esta é “uma forma de assinalar os 50 anos do 25 de Abril, mas também homenagear os antepassados, porque esta terra foi feita de homens e mulheres que do nada foram transformando esta freguesia naquilo que ela é nos dias de hoje. Vamos honrar agricultores, pedreiros, carpinteiros até aos doutores, porque todos foram fundamentais na fundação e desenvolvimento desta freguesia”.
No final do evento, a homenagem também se estendeu aos autarcas locais. “Sabemos que os presidentes de junta de freguesia são, muitas vezes, incompreendidos porque eles querem fazer o máximo, mas não conseguem porque têm entraves para realizar tudo o que é necessário para uma freguesia, mas também sabemos que quando conseguem fazer algo em prol da comunidade que é muito gratificante”.
O programa iniciou com um momento musical, seguido da apresentação dos “125 anos de história administrativa 1882-2007”. Mais tarde, acontece o segundo momento musical e depois teve lugar a homenagem aos presidentes de junta em funções desde 1974 a 2023. A sessão terminou com mais um momento musical e um verde de honra.
