concurso leitura bruno oliveira
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Bruno Oliveira é um jovem de 17 anos, do concelho de Resende, que desde tenra idade desenvolveu o gosto pela leitura. Cativado pela mãe, que lhe contava histórias de embalar, até aos professores que, durante o seu percurso escolar, o incentivaram a desenvolver esta prática. 

Para falar do meu gosto pela leitura tenho de começar pela minha mãe que, desde pequenino, lia-me histórias quando eu ia dormir. Também tive bons professores que me incentivaram a ler. Por acaso, foi uma área em que sempre tive bons professores nesse aspeto.”, explicou ao Jornal A VERDADE.

O jovem admite que estes incentivos foram cruciais para que, com o decorrer do tempo, a leitura se tornasse um vício. “Mais tarde, acabei por descobrir alguns livros que me despertaram para a leitura, porque acho que a leitura é mesmo isso. Há um livro que nos desperta para este mundo e nós acabamos por ficar viciados nele”, acrescentou.

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Quando questionado sobre o seu livro predileto, o jovem admitiu que tal não existe: eu não tenho especificamente um livro favorito, eu tenho vários livros que gosto de reler ao longo dos tempos”. “O Principezinho” “foi um deles, porque é um livro que, a cada ano que leio, cada vez que o leio, traz-me uma visão diferente da obra e acho que os meus livros preferidos são mesmo por aí.”

Este foi também o livro com o qual Bruno Oliveira alcançou o terceiro lugar do pódio na 15.ª edição do Concurso Nacional de Leitura. 

Já não é a primeira vez que participa neste concurso. Até agora, foram quatro participações consecutivas, tendo começado na 12.ª edição, após o incentivo de um docente. “A professora bibliotecária do nosso agrupamento sempre nos convidou a participar em novas iniciativas. Já estou a participar no concurso desde a 12.ª edição. Este ano não foi diferente. Como era o meu último ano na escola, decidi participar outra vez e tive a sorte de conseguir chegar à final e conseguir o terceiro lugar”, acrescentou.

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Nas anteriores edições nunca tinha chegado tão longe, embora tenha notado uma evolução a cada ano que passava. “Na primeira edição em que participei cheguei à fase intermunicipal, mas não consegui passar daí. Na segunda edição que participei cheguei à fase final e fiquei em terceiro lugar num concurso à parte, porque antes havia um quiz, um concurso secundário ao concurso nacional de leitura. Na 14.ª edição, só fiquei pela fase escolar e a fase municipal. Agora, na 15.ª, consegui chegar à fase final, com muito esforço, e ficar com o terceiro lugar”, explica.

Este ano, aquele que marcou a sua última participação neste concurso, o jovem de Resende viu-se entre a descrença da subida ao pódio. “Foi uma experiência muito intensa. Na final, eles chamam os alunos por ordem aleatória e eu acabei por ser o último a ser chamado ao palco, quando já não tinha grandes esperanças de o ser”, conta, referindo que “estava muito nervoso” quando subiu ao palco, “mas correu tudo bem”. “Quando soube que tinha ficado em terceiro lugar, fiquei muito feliz, porque permitiu dar um bocado de reconhecimento à nossa escola e retribuir-lhe tudo o que ela me ofereceu”, comenta.

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“Durante esta fase final, quase todos os meus colegas, se não todos, estiveram a apoiaram-me e a ver a minha prestação em direto e, mais tarde, nessa mesma final, o ministro da Educação deu-nos uma espécie de trabalho de casa, a todos os alunos que estavam lá, de, no dia seguinte, ou nos dias seguintes, encontrar um livro específico para recomendar aos nossos colegas e trazer mais uma nova pessoa para a leitura”, enfatizou.

O aluno partilhou a sua opinião sobre as razões de as pessoas não desenvolverem hábitos de leitura: acho que pode ser algum estigma, pelo menos, na parte escolar, de que ler é algo não positivo, algo mais desfavorável. A nível global, acho que é a falta de tempo. Nós vivemos num mundo tão acelerado, em que existem filmes, séries, redes sociais, muito entretenimento fácil, que parar um pouco e dedicar um tempo para a leitura de um bom livro torna-se cada vez mais escasso”.

Bruno Oliveira aproveitou ainda para deixar a seguinte mensagem e ressaltar a importância da leitura:Eu acho que ler é algo muito importante. Há pessoas que não leem e vivem apenas uma vida, há as pessoas que leem e vivem várias vidas numa só. Acho que a leitura é exatamente isso. A leitura abre os nossos horizontes, a leitura amplia as nossas expectativas, portanto, leiam”, apelou.

Texto redigido com o apoio de Francisco Pinto, aluno estagiário da Escola Superior de Educação de Viseu.