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Fotografia: Jornal “O Comércio de Baião”

No dia 11 de abril, um grupo de sete pessoas, de diferentes freguesias de Baião, vai levar “o coração” até Moçambique, no âmbito de uma missão que se estenderá até ao dia 4 de maio. Entre elas, está Mário João, pároco de Campelo, Grilo, Loivos do Monte e Ovil, que vai regressar a um lugar onde viveu durante quatro anos.

A Missão Mueria tem como objetivos apoiar na formação das comunidades e na substituição do telhado da Casa Saláma, localizado na localidade.

Como nos explica o padre Mário João, o primeiro objetivo, a formação, surge porque “os padres (da diocese de Nacala) não conseguem chegar a todos os sítios. São apenas dois para uma área de missão bem maior do que o concelho de Baião e para as 60 comunidades (paróquias) que existem. Cada comunidade está organizada autonomamente e tem animadores de várias valências. Nós vamos dar formação – na área da saúde, nutrição e educação – a esses animadores, ou seja, vamos formar àqueles que depois vão formar outros. A formação estende-se aos catequistas, as segundas pessoas mais importantes das comunidades, que estão a cargo de um ansião (pároco)”, começa por explicar.

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O segundo – apoio na substituição do telhado da Casa Saláma – já arrancou antes da chegada dos baionenses a Moçambique. Trata-se de um dos edifícios da missão, composto por um espaço que vai acolher o grupo, um centro de nutrição, (onde as irmãs atendem, todas as sextas-feiras, crianças desnutridas), uma lavandaria e dois armazéns da missão. “O objetivo é recuperarmos o telhado desse edifício. O orçamento, sem mão de obra, é de cerca de seis mil euros. Estamos a angariar fundos. Já conseguimos algum dinheiro que, entretanto, foi enviado“.

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A ideia surgiu pela mente de quem esteve quatro anos em Moçambique (de 2019 a 2023 – três anos e meio na paróquia de Itoculo e os últimos seis meses na missão de Mueria) e que decidiu “desafiar as quatro comunidades. Foi tudo muito rápido. Em janeiro lancei a proposta e depois tivemos logo de definir as datas”.

O grupo é composto por profissionais de diferentes áreas, mas que embarcam na viagem com “o mesmo objetivo, ajudar. A ideia, numa próxima vez, é podermos levar mais pessoas”, garante. No entanto, ainda está aberto e quem tiver interesse e disponibilidade pode estar presente nas reuniões que acontecem aos sábados, pelas 21h00, na paróquia de Campelo. A próxima vai decorrer no dia 23 de março.

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No tempo vivido em Moçambique, o padre Mário João contactou com uma comunidade que está “sempre ansiosa por formação. Não é fácil, por várias razões, como a língua. Ainda que o português seja a língua oficial eles falam o macua e as mães quase muito poucas falam o português. Vamos ter tradutores e fazer uma formação muito simples, para que possam compreender e lavar para as comunidades”. No entanto, está certo de que “o acolhimento será muito bom. Eles gostam muito de receber visitas e de aprender e, nós, também vamos aprender com eles, porque têm muito para nos ensinar”, garante.

As datas escolhidas não foram ao acaso, uma vez que em abril “estarão a meio do ano escolar (iniciou no final de janeiro). Se queremos ter efeitos na escola é nesta altura que temos de ir, para depois as coisas serem trabalhadas”.

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Para que o grupo consiga embarcar na missão e fazer cumprir os objetivos, é necessário algum investimento financeiro, que tem sido dado de “diversas formas. Recebemos um grande apoio da Câmara Municipal de Baião, que nos vai ajudar nas viagens de avião. A Decisões e Soluções de Amarante e Baião também nos está a ajudar na angariação de fundos junto dos empresários. E, depois, temos pessoas anónimas que nos ajudam. Mas ainda precisamos de muita outra logística – deslocação em Mueria, alimentação e alojamento – mas estamos a angariar fundos para conseguir”, frisa.

O importante é dar-lhes ferramentas e motivação

Esta é a primeira vez que o padre Mário João parte em missão acompanhado por um grupo de pessoas, também elas “todas estreantes”. Nesta viagem, com duplo sentido, o grupo “só precisa de levar duas coisas: o coração, para podermos amar; e irmos revestidos com o sentimento de impotência. Não vamos para transformar nada, vamos para estar com eles, amá-los e poder dar algumas pistas de como as coisas podem ser diferentes. A ideia é ajudá-los a a partir do que tem lá, como vivem, poderem fazer as coisas de maneira diferente. O importante é dar-lhes ferramentas e motivação. A nossa grande missão é dizer-lhes que podem fazer as coisas diferentes com o que têm disponível”.

Missão Baião

Do desafio do padre Mário João faz também parte a Missão Baião, na qual todos os sábados, grupos de três pessoas vão visitar pessoas doentes ou idosos isolados. “Passamos a tarde com eles, conversamos, para que os cuidadores, nos casos em que existem, possam ir tratar de alguns assuntos e descansar um pouco”.

Com o “sonho” de, no futuro, poder ajudar com a medicação, os grupos apoiam, ainda, os idosos na ida à missa. é que depois pudéssemos ajudar na medicação.