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Este sábado, 4 de fevereiro, assinala-se o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro e o Jornal A VERDADE traz-lhe um testemunho de uma educadora que trabalha no IPO do Porto.

Há 32 anos que os corredores do IPO do Porto são a rotina diária da educadora Filomena Maia, depois de sete anos num jardim de infância.

Trabalhar neste serviço não era “um sonho, mas sim um forte desejo” que surgiu no decorrer da formação. “Recordo-me que tive de fazer um trabalho sobre o apoio dado às crianças em diferentes contextos. O meu grupo trabalhou o contexto hospitalar e foi aí que surgiu a vontade de ser educadora num hospital. Penso, por isso, que foi simultaneamente um desejo e um objetivo”, conta ao Jornal A VERDADE.

Diariamente, Filomena Maia acompanha bem de perto os Doutores Palhaços do IPO, pessoas que considera “muito especiais e profissionais à seria. Percebe-se que têm uma formação cuidada, abrangente, que se reflete no tipo de intervenção que fazem”, e não tem dúvidas de que estão “sempre atentos e capazes de se adaptarem às diferentes situações com que se confrontam, conquistam, divertem, alegram, espalham afetos e rasgam sorrisos, fazendo a diferença na vida das crianças e adolescentes aqui tratados”.

São já muitos os anos a lidar diretamente com as crianças do IPO e hoje sente-se “recompensada” e “realizada” com o trabalho que desenvolve. “Não sei se poderei avaliar a recompensa do trabalho pelo sorriso, pelo choro, pelo amuo ou qualquer outro comportamento. Mas claro que o sorriso no rosto de uma criança é sempre muito bom”.

Claro que o sorriso no rosto de uma criança é sempre muito bom

A “gestão das emoções” e alguma “imprevisibilidade” face às dinâmicas quotidianas, a necessidade “constante” de ajustar as intervenções às diferentes situações, “podem constituir uma dificuldade, causam um certo desgaste, mas são também um desafio”.

No entanto, “fazer a diferença no dia a dia das crianças, adolescentes e jovens que se cruzam na nossa vida é a maior recompensa”, frisa.

Para já, trabalhar numa área diferente é um cenário possível. “Gosto muito do trabalho em contexto hospitalar, caso contrário não permaneceria aqui. No entanto, se me imagino a trabalhar noutra área, sim. Enquanto educadora, existem um conjunto de outros contextos onde poderia desenvolver a minha atividade profissional. Se me perguntar se trocava, não”, garante Filomena Maia.

Aos Doutores Palhaços e a todos os profissionais do IPO, a educadora deixa um “enorme agradecimento pelo trabalho que desenvolvem. Apesar do desgaste físico e emocional com que se confrontam, inerente a este contexto, porque estamos perante pessoas numa situação de enorme fragilidade, nunca desistem. Fazer a diferença é um privilégio”, termina.