Desde muito pequeno que Filipe Rodrigues sonhava ser bombeiro e para o realizar só faltava a idade. Mal atingiu os 14 anos ingressou para os Bombeiros Voluntários de Paços de Ferreira para dedicar a vida à corporação e fanfarra.
Enquanto não podia ser bombeiro, Filipe Rodrigues juntou-se a este mundo através da fanfarra que lhe permitia “fazer parte de uma coletividade e fazer música”, algo que também sempre o apaixonou.
“Entrei e levei aquilo tão a sério que ainda lá estou e oxalá que nunca acabe porque é algo que adoro”, partilha em conversa com o Jornal A VERDADE.
“Ninguém tem noção o quanto eu estou viciado naquilo”, são estas as palavras, cheias de emoção, que Filipe Rodrigues utiliza para descrever o que sente por fazer parte da família dos bombeiros e coordenador a fanfarra.
A fanfarra dos Bombeiros de Paços de Ferreira é composta por cerca de 50 elementos e é a Filipe Rodrigues que cabe a função de coordenar os “toques e movimento que fazemos. No fundo, sou um maestro amador”.
Ser bombeiro e elemento da fanfarra permite “juntar o útil ao agradável”. Ao mesmo tempo que desempenha um papel na sociedade enquanto responsável pelo bem-estar dos cidadãos, também anima as populações durantes as festas e cerimónias populares, sobretudo, aos domingos.
É com bombos, timbalões, ‘tarolas’, caixas e instrumentos de sopro que os elementos da Fanfarra dos Bombeiros de Paços de Ferreira saem às ruas para animar as gentes. Apesar do responsável perpetuar alguns toques de antigamente, garante que “sempre defendeu a criação de novos para que possamos ser diferentes”. Diferença essa também visível pelas fitas de várias cores que separam os instrumentos em grupos. As tarolas são, por exemplo, realçadas pelo amarelo, já aos bombos é atribuída a cor vermelha.
Todos os anos, o responsável pela fanfarra é surpreendido pelos jovens que “preferem estar ali aos domingos do que ir, por exemplo, sair”, atitude que o deixa “muito orgulhoso. Felizmente temos jovens a querer entrar e outros que estão connosco há muitos anos”. Por isso, um dos grandes objetivos é continuar “a arranjar estratégias para fixar os jovens e preservar a fanfarra o maior tempo possível”.
Apesar deste “sucesso”, o bombeiro e “maestro” partilha que “cada vez mais temos um défice nos instrumentos de sopro. Gostava de aumentar já que às vezes uma saída torna-se muito difícil”.
Recentemente, a Fanfarra dos Bombeiros de Paços de Ferreira organizou o II Desfile de Fanfarras que permitiu ao grupo celebrar dez anos de história e homenagear o presidente que faleceu ainda em funções, Zeferino Barbosa.
