Localizada na freguesia de Vila Boa de Quires e Maureles, no concelho de Marco de Canaveses, a Casa de Vila Boa tem uma presença forte no mundo dos vinhos desde o ano de 1975, contudo o registo da produção de vinho na Casa de Vila Boa já conta com vários séculos. As uvas que são usadas para os vinhos crescem nos 30 hectares de vinhas que compõe os terrenos da Casa de Vila Boa.
“Temos um estatuto de topo, em que só produzimos vinhos com uvas que saem dos nossos hectares. Nem um bago de fora pode entrar aqui”, disse Luís Lencastre.
Um negócio de família que vai passando de “geração em geração” e, hoje em dia, Luís Lencastre tem ajuda do filho que fica com a parte mais técnica. “Trabalhamos muito profissionalmente e lemos muita coisa que nos rodeia, de maneira a perceber o que vai acontecer. Trabalhamos por antecipação, daí termos a nossa própria central meteorológica, que nos permite antecipar o que vai acontecer”, descreveu. Afonso Lencastre é “o futuro e a próxima geração da Casa de Vila Boa”, encontrando-se envolvido “na habitual gestão ao mais alto nível”.
De acordo com Luís Lencastre, e ao contrário do que aconteceu no ano passado, este ano há “muito mais produção do que nos anos anteriores. Eu diria até o dobro, há muitas uvas, o tempo não foi mau, apesar de termos perdido algumas toneladas devido aos dias de muito calor. Mesmo assim, diria que temos o dobro da produção do ano passado”.
Na Casa de Vila Boa, as vindimas são feitas no espaço de 15 dias, onde, para além da mão de obra humana, é também utilizada a vindima mecânica. O vinho tinto que faz parte do leque de ofertas da Casa de Vila Boa ainda conta com muita tradição. “Ainda pisamos as uvas nos lagares”, disse o produtor.
O objetivo dos responsáveis da Casa de Vila Boa é “fazer vinhos diferentes”, que permitam ser comercializados dentro e fora do país. “Os nossos vinhos são à base de brancos e rosés. Temos um vinho tinto, que não é tão comercial”, descreveu. Quanto ao mercado, este é nacional e também internacional. “Não temos distribuição própria. Chegamos à conclusão que custa uma fortuna e não traz resultados. Temos os nossos distribuidores que vêm cá buscar o vinho e fazem a distribuição. Temos também os nossos clientes estrangeiros que estão fidelizados”, disse.
Com o objetivo de continuar a produzir “vinhos de alta qualidade” a Casa de Vila Boa faz, todos os anos, “uma restruturação das vinhas”, onde aquelas com uma performance abaixo dos 50% são eliminadas e substituídas por novas.
