isabel pinheiro
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“Um sonho tornado realidade”. É assim que Isabel Pinheiro descreve a Quinta do Beiral, um projeto que abraçou, em conjunto com o marido, e que hoje conta com um restaurante e com produção de vinho.

Isabel foi emigrante durante alguns anos mas optou por regressar e apostar na sua terra Natal. “Iniciamos com o restaurante e depois apostamos no vinho, visto que tínhamos uma vinha. Agora temos vinho certificado e estamos a expandir mais um hectar e meio de castas”, explicou.

A certificação do vinho foi algo que lhe deu “muito prazer”, uma vez que acompanhou todo o processo. “O nosso rosé é muito procurado, vendemos para fora e estamos a tentar entrar por outros mercados. Para conseguirmos certificar o vinho, foi uma luta muito grande, mas não desistimos. Ainda me deram a ideia de desistir, ou trocar o nome, mas eu persisti e consegui o que queria”, afirmou.

A empresária descreve-se como uma “mulher multifunções”, sendo que, para além de todo o trabalho de gestão, é também a cozinheira do restaurante Quinta do Beiral. “Faço um pouco de tudo. É um pouco complicado gerir, mas quando se tem vontade, tudo se consegue. Quem anda por gosto não cansa e não sou mulher de ter medo de ‘meter as mãos na massa’”. O objetivo passa, agora, por continuar a expandir o projeto e ideias não faltam. “Ainda não podemos revelar, mas há surpresas a caminho, há outro segredo que será desvendado brevemente”, anunciou.

rodape quinta do beiral

Isabel Pinheiro é mãe de dois filhos, um de 14 e outro de oito anos, e afirma que conciliar os dois papéis, de empresária e de mãe, às vezes “é complicado. Gostava de dedicar mais tempo aos meus filhos. Dizia sempre que, quando fosse mãe, ia estar o mais tempo possível com eles. Mas, infelizmente, não foi possível, tive de dedicar mais aos negócios e menos tempo a eles. No entanto, tiramos sempre férias e há momentos que não dispenso de estar ao lado dos meus filhos, que sou mãe durante 24 horas. O mais velho já vai ajudando aqui, quando é preciso. Tudo o que faço é por eles, para lhes dar um futuro melhor”, garantiu.

É “uma mulher simples, lutadora” que não diferencia “funcionários de patrões. Sou a primeira a chegar e a última a sair, sou de ‘meter mãos à obra’. Não sou arrogante, nem falsa. Sou guerreira e amiga do amigo e faço sempre por ser a melhor versão possível de mim”.

Sobre a descriminação e por estar num mundo que é, maioritariamente, “dominado”, por homens, Isabel Pinheiro revela que já sentiu. “Na altura que iniciei com o vinho, tive um produtor que me disse para me dedicar ao lado da restauração e para esquecer um pouco o mundo dos vinhos. Fiquei desiludida, mas passado um mês e meio, o nosso vinho rosé foi distinguido no primeiro concurso que concorri e vi que estava no caminho certo e não tive dúvidas que nós, mulheres, podemos fazer tudo, podemos e devemos seguir os nossos sonhos, arriscar e nunca, de maneira nenhuma, desistir”.