“Desde sempre tive um gosto especial por resolver problemas e ajudar as pessoas”. É desta forma que Glória Silva se descreve. Com um currículo que conta com 17 anos de experiência em contabilidade e fiscalidade, seguindo-se a área da solicitadoria, que exerce desde 2011, é também tradutora, formadora e presidente da Associação de Artesãos do Marco, mas afirma que a sua “maior paixão” é o filho, a quem dedica toda a sua vida, princípios e valores.
Tem 51 anos e garante que é uma “mulher muito independente. Sou positiva por natureza e acredito sempre num dia melhor”. A sua atual área de atuação permite “estar mais próxima das pessoas, entender as suas dificuldades e encontrar soluções práticas. Gosto de sentir que, no final do dia, consegui fazer a diferença na vida de alguém”.
Ser mulher em áreas mais formais, como é o caso da solicitadoria, pode ser, segundo Glória Silva, “desafiante. Porém, sempre acreditei que a competência e a dedicação falam mais alto. Aprendi a não me deixar abalar e a focar-me no que realmente importa, o meu trabalho e o compromisso com os meus clientes. Ser solicitadora é uma profissão que exige constantes atualizações. As leis mudam. As leis saem em catadupa. A formação tem de ser contínua e constante”, defendeu.
O escritório de Glória Silva vai contar com novidades, uma vez que serão feitas “pequenas obras” com o objetivo de “alterar a dinâmica do espaço para melhor receber os clientes. A par da formação académica, que é primordial para a evolução de qualquer profissional, estamos a evoluir no sentido de o escritório continuar a ser especialista na área de registos e notariado, uma vez que é a área dominante, e organizar melhor o espaço, para que seja possível atender cada cliente com o melhor serviço num espaço mais amplo e acolhedor. Estando para breve o anúncio de outros serviços jurídicos que estarão ao dispor de quem nos escolhe para trabalhar”.
É portista, apaixonada por artesanato e pelo Marco de Canaveses. “Tenho tentado elevar o nome da nossa terra com a ajuda da direção da Associação de Artesãos do Marco. Gostava de poder fazer mais pela minha terra e quem sabe se um dia o farei”, disse, entre risos.
E como é conciliar a vida profissional com a vida pessoal? Glória Silva afirma: “às vezes nem eu sei. A verdade é que gosto tanto do que faço que acaba por ser mais um desafio de organização do que um peso. Claro que há dias em que é complicado, mas tento sempre reservar tempo para mim e para a família. O segredo está em não querer fazer tudo sozinha e saber quando é preciso parar e respirar, e saber delegar. Tenho uma boa funcionária que me ajuda a organizar a agenda e tenta que tudo seja marcado mediante pré-agendamento. Tenho um filho, que é a minha maior missão de vida. E como é muito independente e organizado, acaba por me ajudar também. O meu marido queixa-se que passo a vida a trabalhar, mas tem sido a par do meu filho, dos meus irmãos, do meu pai e do meu sogro, grande apoiante de tudo que faço”.
Glória Silva encontra-se também a terminar o Mestrado que parou em 2010, bem como a iniciar uma pós-graduação em Registos e Notariado, então a missão é “ser muito disciplinada, tendo horários e tarefas bem delineados. Com amor tudo se faz, tudo se consegue”.
“Ética e transparência” são as premissas que melhor definem Glória Silva. “Valorizo a honestidade e esclareço, na minha proximidade com as pessoas e no atendimento personalizado, que lhes garanto profissionalismo e dedicação. Hoje não podemos só ser bons profissionais, é obrigatório ser boas pessoas e ser coerentes com os valores de vida escolhidos. O meu objetivo é tornar os processos mais simples para os clientes, sem aquela linguagem complicada que às vezes assusta. Para mim, transparência e simplicidade são fundamentais”, garantiu.
A solicitadora afirma sentir-se realizada na área que escolheu e “o melhor de tudo” é ver que consegue ajudar as pessoas, “seja através da solicitadoria ou na valorização do artesanato local. Quando recebo um ‘muito obrigado’ sincero de um cliente ou vejo um artesão a crescer graças ao nosso apoio, sei que estou no caminho certo. Como estou sempre no meio de jovens e em contexto universitário, sinto-me sempre jovem. E quero aprender sempre mais, com os mais velhos e com os nossos jovens, que tanto têm para nos dar. Ser formadora também me tem dado mais ferramentas para que eu própria, consiga crescer no conhecimento. Só evoluímos se tivermos a humildade de reconhecer que pouco sabemos. Sou muito realizada, mas procuro e procurarei sempre ser melhor a cada dia”, finalizou.
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