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No Dia Mundial da Criança, 1 de junho, o Jornal A VERDADE traz-lhe, ao longo do dia, testemunhos de crianças “especiais”. Falamos de crianças com autismo, dos seus direitos e, sobretudo, dos problemas “acrescidos” que as famílias enfrentam para que os seus filhos sejam parte integrante da sociedade.

Após conhecer a história de João, um menino de cinco anos com autismo, que vive no “mundinho dele” e de forma “alegre e espontânea”. O Jornal A VERDADE traz-lhe o testemunho de Antonieta Santos, mãe de Tomás, que ao contrário da família anterior, não tinha tido contacto com o conceito de “autismo”, muito menos com o significado da palavra. Após o nascimento do seu filho, Antonieta fez de tudo para se informar e poder ajudar o Tomás. Assim, atualmente, pretende lutar pela “independência” do filho e contribuir para “acabar com os estigmas” associados às pessoas com autismo.

Segundo estatísticas norte-americanas do CDC (Central of Disease Control), em 2020, em cada 36 crianças uma apresentava o Transtorno do Espetro Autista (TEA).

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Antonieta Santos também é mãe de um menino com autismo, o Tomás. A falta de conhecimento sobre a patologia com que o filho nasceu, levou-a a pensar que “o meu filho era apenas arrumadinho”.

Em conversa com o Jornal A VERDADE, partilha que “sempre ouviu dizer que cada criança é uma criança” e, por isso, sinais como ausência de contacto visual ou atrasos na fala pareceram-lhe “comuns”. A suspeita surgiu apenas após um rastreio da visão e por indicação do médico. “Fiquei cheia de medo, porque eu olhava para o meu filho e não via problema nenhum, mas aos dois anos recebemos o diagnóstico”, partilha.

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Após o “choque inicial”, Antonieta e o marido procuraram descomplicar o conceito e “tentar encontrar o melhor para o Tomás”. Apesar de atualmente estarem mais conscientes da particularidade do filho, a mãe confessa que “alguma família continua a considerar que o problema do Tomás é mimo” e, por isso, faz parte da sua luta “educar e romper com preconceitos”. 

Tomás tem demonstrado capacidades a nível das línguas, sobretudo, no inglês, e com cinco anos sabe “os nomes dos animais todos, o abecedário em português e inglês, conta até 100 em ambas as línguas e sabe muitos países”.

À semelhança do João, o filho de Antonieta também apresenta sensibilidade ao nível do som. A varinha de relar a sopa, o aspirador e as motas são os três barulhos que “atormentam” Tomás e que o fazem “esconder-se”. No entanto, na escola tudo decorre com “normalidade” e o menino de cinco anos não apresenta fortes dificuldades para se inserir no seios escolar.

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“Vou fazer de tudo para que ele seja independente”

Antonieta encontra-se a tirar uma formação e espera ficar a trabalhar na área. O marido tem problemas de saúde e, por isso, não pode exercer um cargo. Embora as despesas acrescidas que uma criança como o Tomás requer, a maior disponibilidade de tempo tem sido vantajosa para “um acompanhamento de perto” e a ambição é apenas uma: “fazer de tudo para que ele seja independente. O meu maior receio é que o meu filho não possa ser bem recebido na sociedade e não tenha oportunidades de emprego”.

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O papel de Ronaldo e do Jiu-Jitsu na vida destas crianças e em Amarante 

A sala dentro do quartel dos Bombeiros Voluntários de Amarante é a salvação para muitas famílias e miúdos. Espaço onde Ronaldo, através do Jiu-Jitsu, ensina que “temos de arriscar e socializar”. Assim, é unânimo que todas as crianças têm melhorado “o equilíbrio, a agilidade, o foco e o sono”, por exemplo. Ao mesmo tempo que se tornam “mais seguros e aventureiros”. 

Em conversa com o Jornal A VERDADE, os pais ressaltam o papel do professor Faisão e soam frases como:

É uma pessoa incrível que tem um dom para estes miúdos.

Sandra Martins

Tomará que existissem mais Ronaldos a desenvolver o mesmo trabalho noutras áreas. 

Patrícia Magalhães

Não sei o que ele faz, mas o Tomás tem evoluído imenso. Ele só começou a dizer mãe e pai desde que começou a andar lá, para muita gente pode não dizer nada, mas para nós foi um momento muito feliz.

Antonieta Santos
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Conheça mais sobre o projeto do professor Faisão