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Daniel Bessa e Lúzia Peixoto estão juntos há 12 anos e têm primado por uma vida de “consciência” e em busca de causarem o menor impacto possível no mundo e nos animais. Para este casal um dos primeiros passos é a nutrição e, por isso, têm mantido uma alimentação praticamente vegan ao longo dos anos. 

O processo de mudança e crescimento começou ainda antes de se conhecerem. Daniel Bessa, é natural do Marco de Canaveses, e aos 14 anos teve a possibilidade de contactar com uma cozinheira que adotava a dieta vegetariana. Devido a problemas digestivos e pouca tolerância a alimentos de origem animal, Daniel realizou a transição de “imediato” por ter ao seu lado alguém conhecedor do tema e garante que sentiu “automaticamente benefícios”. 

No caso de Lúzia Peixoto, ainda jovem começou a fazer-lhe “confusão” a ideia de comer um animal. Assim, aos 15 anos começou a praticar yoga e no espaço de cinco anos fez o salto para o vegetarianismo, mais tarde, devido a questões de saúde acabou por se tornar vegan após descobrir uma intolerância a lácteos. 

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Daniel Bessa e Lúzia Peixoto conheceram-se em contexto de aulas de Yoga, a mulher natural do Porto era instrutora e Daniel, a convite de um amigo, acabou por experimentar as aulas. Ao fim de praticamente um ano acabaram por se juntar e passaram a ser cinco elementos. Os três filhos, duas meninas e um menino, são vegan’s desde que nasceram. “Já estávamos estabelecidos no que toca à física dos costumes, ao modo como vivemos”, refere Daniel Bessa e, por isso, continuaram este percurso de consciência em conjunto. 

As crianças ficaram em ensino doméstico durante mais algum tempo do que o “habitual” até adquirirem “alguma maturidade. Quando foram para a escola iam comer a casa, eles não se questionam porque cresceram num ambiente em que a realidade de comer, por exemplo carne, não existe. Nunca tomaram um medicamento ou antibiótico, nunca estiveram mal, para eles é algo muito natural”, realçam. 

Apesar do casal “nunca optar pelo sofrimento animal”, preferem afirmar-se como vegetarianos. Se os vegetarianos excluem a carne e o peixe da alimentação, mas mantém derivados, o vegan’s não consomem qualquer produto de origem animal ou que cause sofrimento animal e, por isso, leite, ovos, iogurte, mel, entre outros não fazem parte da dieta. Além disso, é um estilo de vida e, por isso, não utilizam vestuário e calçado de origem animal, não visitam lugares como circos ou jardins zoológicos, nem utilizam produtos testados em animais, entre outros exemplos. Apesar de Daniel Bessa e Lúzia Peixoto optarem pelo segundo estilo de vida, referem que ser vegan na “nossa sociedade é uma utopia”.

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“O veganismo não existe porque há sempre um impacto da nossa vida na roupa que compramos, na forma como nos movimentamos que vai acabar por ferir de alguma forma o resto dos animais. Por mais que façamos o máximo para termos o mínimo de impacto é mesmo muito difícil ser 100% vegan. A natureza coloca em ação mecanismos como a polinização natural que existe com abelhas e outros insetos, as minhocas que são imprescindíveis para a promoção de um solo rico”. Assim, reiteram que “todos os vegan’s necessitam de algum esforço animal” e, por este motivo, preferem “não cair em incoerências”. Embora façam “tudo” para que os atos culminem em algo o “mais sustentável possível”. 

O casal explica, ainda, que devemos fazer “a transição de forma adequada porque se retirarmos a carne de um prato típico português ficamos com arroz e batatas, ou massa e salada e isso é muito pouco”. No que toca à suplementação, garantem que “é um mito que o défice de vitaminas existe só nos vegetarianos. A alimentação no supermercado é carregada de pesticidas/adubos químicos, o que faz com que a qualidade seja diminuta e, por isso, quase todos estamos em défice”. 

Na sua visão, consideram que comer “seres vivos complexos” e com “fortes cargas emocionais” terá impacto sobre “o modo como penso, sinto e falo. No fundo, se nós estamos a utilizar o corpo de  um animal que é sujeito a um determinado tipo de morte isso fica subjacente à qualidade daquele alimento que nós vamos comer”. Motivados por questões de saúde, éticas, ambientais, económicas, espirituais… o casal opta, por exemplo, por confeccionar os próprios alimentos e reduzir as refeições fora de casa. 

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Apesar de ainda fugirem à regra, o casal menciona que “antes existia mais hostilidade, agora já não é algo que passa ao lado, as pessoas olham com curiosidade. Afinal de contas são cerca de 200 mil vegetarianos só em Portugal”. Perante este estilo de vida, Daniel Bessa e Lúzia Peixoto partilham que, num futuro, gostariam de ver um investimento “em produtos biológicos e de cultura de proximidade”. Independentemente da dieta que cada pessoa segue, defendem, acima de tudo, a alimentação biológica. “Mesmo que seja um frango é melhor comprá-lo biológico, porque vem sem hormonas e é criado aqui perto, sendo mais sustentável”. Daniel Bessa acrescenta que espera ver uma reeducação dos hábitos alimentares. “É um investimento a médio/longo prazo, mas não tem preço porque as pessoas vão melhorar a qualidade de vida, serem mais saudáveis e mais aptas a desempenhar as suas funções”.

Vegetarianos há mais de 20 anos, explicam que “dentro da esfera espiritual, temos como premissa base a modelação da consciência e, por isso, só terminamos quando atingimos um determinado nível ou performance que nos permite aproximar da realização por meio de uma posição que é baseado nas ações, pensamento e palavras”, terminam.

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