A Câmara Municipal de Baião e a Agência Portuguesa do Ambiente colaboram na valorização do rio Ovil e visitaram as obras da primeira fase, que se iniciaram recentemente. A APA manifestou vontade de financiar intervenções programadas semelhantes a esta.
Paulo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Baião, e Pimenta Machado, vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), visitaram a obra que arrancou com uma valorização de 2,5 quilómetros e que vai ligar as imediações da Ponte Nova, em Ancede, à foz do Rio Ovil, em Ribadouro. A visita contou também com o presidente da União de Freguesias de Ancede e Ribadouro, Daniel Guedes, e o autor do projeto, Pedro Teiga. Também Garcez Trindade, presidente da autarquia de Resende, esteve no local.

Até ao momento, foi investido um total de 75 mil euros, de forma a realizar um estudo sobre o valor ambiental do rio Ovil. Estudo este que serviu de base para aferir as condições de valorização dos locais e para a realização do respetivo projeto de execução dos troços foz (Ponte Nova – Porto Manso) e montante (Outoreça – Várzea).
A APA financiou a obra, em 159 mil euros, no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) e encontra-se em preparação a candidatura a financiamento para o percurso entre Outoreça (Ovil) e Várzea (Campelo), informa um comunicado da autarquia de Baião.

“Este era um anseio com algum tempo por parte do município de Baião e, conforme financiamos esta fase, vamos procurar corresponder ao pedido do presidente da Câmara e financiar outras intervenções do género que estão programadas. E, como disse ao presidente Paulo Pereira, agora é uma excelente altura para o lançamento de projetos ligados à rede hidrográfica, uma vez que temos à disposição uma série de instrumentos financeiros de âmbito europeu para a realização de investimentos na área ambiental”, referiu o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado, explicando que o PEES foi desenhado pelo Governo para fazer face à crise pandémica.

Segundo Paulo Pereira, presidente da Câmara Municipal de Baião, esta obra “trata-se de criar um corredor ecológico, que, acima de tudo, seja um espaço de fruição para que as pessoas possam usufruir destes sítios lindíssimos”. “E, realço que, neste caso, estamos só a falar da primeira fase do rio Ovil. Pretendemos fazer esta ligação entre a nascente e a foz e queremos criar mais percursos como este, particularmente no rio Teixeira e noutros locais que reúnam as condições necessárias”, continuou.

Pedro Teiga, autor do projeto, esclareceu que “o principal foco do projeto é a valorização do corredor ecológico do Rio Ovil, através da eliminação de espécies invasoras, nomeadamente a mimosa”, indicando que será também removido material do leito para criar uma maior fluidez da água, “de modo a evitar cheias e, consequentemente melhorar a componente social, ou seja, o envolvimento com a comunidade”.
Estas intervenções irão “permitir ainda uma promoção do habitat de espécies de fauna, como o lagarto-de-água ou a alvéola cinzenta”. “Em suma, queremos criar um percurso público a que as pessoas possam aceder facilmente e onde possam usufruir da natureza”, rematou.
Daniel Guedes, presidente da União de Freguesias de Ancede e Ribadouro, sublinhou que “esta intervenção é muito importante para a dinamização” da União de Freguesias e do concelho e servirá a população, mas também as pessoas que vêm de fora. “No fundo, este percurso vem complementar a oferta que já existe ao nível deste tipo de itinerários, nomeadamente o percurso pedonal da Pala e o percurso adjacente a Área de Lazer de Ancede”, concluiu.
Saiba mais sobre esta obra de valorização do rio Ovil neste link.
Artigo redigido com o apoio de Sofia Gomes, aluna estagiária da Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro