opiniao ana rita vasconcelos
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O mês de novembro é dedicado à sensibilização de um dos cancros mais comuns no sexo masculino. Estima-se que em Portugal, em 2020, surgiram 6.759 novos casos de cancro da próstata, e prevê-se que, em 2040, esses números ascendam para 8.216 (Globocan, 2021).

Geralmente, os sintomas do cancro da próstata são silenciosos, de evolução lenta e assintomática, o que faz com que os sintomas demorem mais tempo a se manifestar. No entanto, numa primeira fase, é comum que os sintomas se manifestem a nível da micção, ou seja, incapacidade a urinar, ou urinar com mais frequência durante a noite, ou em pequenas quantidades, dor pélvica e incontinência ou urina com sangue e, ainda, dificuldades na ereção ou dor frequente na zona inferior das costas, ancas ou zona superior das coxas.

Este problema de saúde afeta, muitas vezes, a qualidade de vida dos doentes, em especial a nível da disfunção urinária, disfunção sexual e no desenvolvimento de problemas do foro psicológico.

Um estudo realizado pela Associação Portuguesa de Urologia e pela Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDP), com 160 doentes oncológicos e as suas famílias e cuidadores, permitiu constatar que cerca de 50% dos doentes nunca fala ou passa meses sem falar com a família sobre o assunto.

Neste sentido, falar com um profissional de saúde, com um psicólogo, permitirá reduzir o stress emocional e promover a qualidade de vida do doente e dos seus familiares em todas as fases do processo. Além de o ajudar a clarificar crenças erógenas sobre o cancro e a minorar sentimentos de isolamento, desamparo ou abandono pelo alargamento das redes de apoio. Não é necessário enfrentar sozinho o processo oncológico.

Se tem 45 anos e tem algum dos sintomas apresentados acima ou algum fator de risco procure o seu médico e realize um exame retal digital (toque retal) e de análise de sangue, bem como o marcador PSA (Antigénio Específico da Próstata). O diagnóstico precoce é essencial para que haja melhores resultados durante o tratamento, maior possibilidade de sobrevivência que, por sua vez, resulta numa menor probabilidade de morte.

Artigo de opinião de Ana Rita Vasconcelos, Psicóloga Clínica.