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A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses assinalou, a 20 de janeiro, o 100.º aniversário. Para comemorar a data, o Jornal A VERDADE traz-lhe um conjunto de entrevistas e testemunhos, de pessoas que fizeram, e continuam a fazer, parte desta casa que tem como missão ajudar os outros.

António de Babo Pinto Ribeiro, que tinha sido furriel no exército, foi comandante da corporação durante 42 anos. Atualmente com 85 anos, foi convidado em 1969 para assumir o cargo, após a morte do então comandante José Pinto Moreira. “O presidente da direção, o eng.º Carneiro Geraldes, fez-me o convite e aceitei, com muita honra, este cargo”, disse.

Dedicou a vida ativa ao voluntariado humanitário. “Procurei servir a causa dos bombeiros voluntários como melhor pude e soube. Tentei adquirir o máximo de conhecimento para o exercício dessas funções. Em 1977 frequentei, nos Estados Unidos da América, um curso para comandantes dos bombeiros, fiz um conjunto de vastos cursos de combate a incêndios, segurança contra-incêndios, socorrismo, nadador salvador e comandante operacional. Em 1991, estive em Madrid num Curso sobre Matérias Perigosas, enfim, procurei adquirir o conhecimento necessário para honrar a corporação e os bombeiros de uma forma geral”, disse.

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Para António Babo, a “responsabilidade” e a “disponibilidade” são as partes mais difíceis. “A responsabilidade que carregamos e a disponibilidade que temos de ter para colocar ao serviço dos bombeiros. Essas são as partes mais difíceis, pelo exemplo que temos de transmitir e o tempo que nos vai faltar para outras áreas da nossa vida, em especial a família. Quando se torna bombeiro abdica-se de muita coisa importante da vida”, constatou.

Dos 42 anos passados como comandante dos bombeiros, António Babo levou para a vida “as pessoas, quer o corpo ativo, os órgãos sociais, os associados e amigos dos bombeiros, mas, em especial, todos os operacionais que comigo partilharam a honra de sermos bombeiros e foram muitos e de várias corporações. Mas os nossos, da minha corporação, são todos especiais. Partilhei momentos únicos, quer na adversidade, como nas muitas conquistas que conseguimos juntos. Ser bombeiro não se sente, gosta-se”.

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Em jeito de conclusão, o antigo comandante deixa uma mensagem: “assinalar 100 anos de história desta tão nobre associação é um momento único, é sem dúvida notável. É um orgulho para todos e demonstra a importância desta enorme instituição e tudo aquilo que representa. É o momento para uma justa homenagem aos fundadores, membros dos órgãos sociais, todos os elementos de comando, bombeiros e bombeiras, homens e mulheres que com toda a sua dedicação e esforço permanente, assumindo a bandeira dos mais nobres valores da solidariedade e humanidade, ao longo destes 100 anos, tornaram esta corporação como uma associação de referência. É um momento de reconhecimento e agradecimento a todos aqueles que dedicaram a sua vida a esta causa”.