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No dia 8 de dezembro, pelas 19h30, Augusto Ferreira, ou o ‘senhor do presépio’ como é conhecido nas redondezas de Baltar, via “um trabalho de meses” a ser inaugurado e, desde então, visitado por muitos curiosos. Na Rua de Ramos, a ‘Aldeia Natal de Baltar’ faz uma visita guiada pelo património da freguesia, como o quartel dos bombeiros, o rio velho, a casa de foral e a igreja matriz.

Com “cerca de 110 figuras e seis metros por cinco”, o presépio do paredense “já é muito famoso a nível do concelho e não só. Vem muita gente visitar, porque chama muito a atenção, não há palavras para isto”, garante o senhor Augusto Ferreira.

Quem o acompanha já conhece a origem desta tradição, mas para os que o visitam pela primeira vez fica sempre a curiosidade. “Comecei ainda em pequeno, em casa da minha mãe. As luzes eram duas pilhas que davam uma luzinha na cabana do menino Jesus. Depois o tempo foi passando e a paixão foi crescendo. Chegava esta altura e fazia sempre alguma coisa. Casei e continuei, mas quando mudei para a casa onde estou agora acentuou-se o gosto”, conta.

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Começou com “pouca coisa, foi aumentando e hoje é o que se pode ser“, diz orgulhoso. Mas este, como nos diz Augusto Ferreira, “não é um presépio qualquer, tem uma chamada de atenção especial. Tem uma fama muito grande na vila como a Aldeia Natal de Baltar, porque tem figuras trabalhadas à mão, das casas com mais historia, como o quartel dos bombeiros, igreja matriz, casa de foral. Isto só visto”.

A rotina mantém-me a mesma desde há oito anos e casa um a preparação começa bem cedo. “Há sempre coisas novas. Este ano, por exemplo, fiz um espigueiro, palheiro e um celeiro. Começo a fazer as peças em fevereiro porque dão muito trabalho, mas também me dão alegria. É um gosto tão grande em manter esta tradição”, garante.

No que diz respeito à instalação do presépio, “à montagem de tudo (pedras, musgo, madeiras …), são muitas horas, isto não é brincadeira. Para chegar ao que está é preciso muito trabalho“. Já para arrumar “é mais fácil”, mas ao mesmo tempo “mais triste. Fico a pensar ‘fogo tanto trabalho, é tão bonito e tenho de voltar a guardar tudo’. E depois olho para o sítio e volta ao mesmo. Mas em agosto já começo a pensar no presépio. Arrumo um e já estou a pensar no próximo ano”.

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Em todo o processo, Augusto Ferreira conta sempre com o apoio da família e garante que “sem ela não conseguia. É um trabalho muito árduo para mim. Nas duas últimas semanas é todos os dias à noite, com frio até à meia noite mais ou menos. Sempre a trabalhar, chegar a casa, jantar, fazer o presépio e dormir”.

Um esforço e dedicação que não sabe “se vale a pena”, mas como nos diz “já está no sangue. Tenho gosto por isto, adoro. E não o faço por vaidade, nem para ser melhor do que ninguém. Faço à minha maneira e ao meu gosto. Tem de ser feito com gosto, trabalho, esforço, alegria“.

Na Rua de Ramos, no concelho de Paredes – onde está localizado – “todos tiram fotos, publicam nas redes sociais e dão os parabéns. Com 65 anos e um espírito jovem vou vivendo isto com alegria e quero para o ano estar com saúde e a mesma motivação para continuar”, termina.