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Esta quarta-feira, 5 de outubro, assinala-se o Dia Mundial do Professor. Foi neste dia que, em 1966, foi aprovada a recomendação da UNESCO/OIT, relativa ao estatuto do pessoal docente. Esta data tem como objetivo “sensibilizar para a necessidade de obter bons resultados no ensino, que passam por fatores como a motivação, a formação contínua, o progresso na carreira e a adequada remuneração dos professores”.

Para assinalar esta data, o Jornal A VERDADE traz-lhe o testemunho de Zita Freitas, educadora de infância desde 1981, e este será o seu último ano letivo como professora. Trabalha no Jardim de Infância da Lapa, em Alpendorada, Várzea e Torrão, desde 1986 e diz ser “uma apaixonada por crianças”.

A escolha pela área foi feita na década de 70, quando ainda não havia “grandes alternativas”, principalmente para as mulheres. “Os meus pais gostavam muito que eu fosse professora do primeiro ciclo ou enfermeira. Esta última não conseguia ser, de forma alguma. Já professora do primeiro ciclo, seria capaz, mas não era aquilo que eu mais gostava”, disse.

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De acordo com a docente, na educação pré-escolar “não temos um currículo prescrito, é a nossa criatividade que nos faz construir um currículo, um projeto, que vamos pondo em desenvolvimento de acordo com as necessidades e os interesses das crianças. De certo modo, temos muito mais responsabilidade, porque somos nós a criar, temos muito mais obrigações, de fazê-los cumprir, com muito empenho, com muita dedicação. Foi essa possibilidade de sermos criativos que me levou a escolher”.

Segundo Zita Freitas, os momentos mais difíceis eram quando as crianças ficavam a chorar, depois dos pais os deixarem na escola. Hoje em dia, com as creches, esse é um problema que já não é tão recorrente. “As crianças fazem um desmame na creche, agora é mais fácil para nós, porque já não sentimos aquela violência da separação. Antigamente era mais complicado, era só com a família, naquele espaço e chegar a uma escola, ver tudo novo, era tudo estranho para as crianças. As crianças sofriam e criavam sofrimento”, recorda.

Com os vários anos de serviço, Zita Freitas já recebeu alunos que são filhos de outros alunos, caracterizando- -se como uma “professora avó. Tenho filhos dos meus primeiros alunos que já estão na faculdade, que já são meus netos. Como é aqui na terra, vamos acompanhando o percurso das crianças e depois claro, já há muitos anos que recebo alunos que são filhos dos meus alunos e é muito bom”, admitiu.

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A educadora de infância refere que a sua história profissional “é longa. Sou nata de Alpendorada e nunca me senti afastada, ou menos querida por ser da terra. Esforcei-me sempre por cumprir com o meu dever, é uma coisa que faz parte do meu caráter, ser cumpridora e correu sempre tudo bem. Sempre tive um bom relacionamento com a comunidade, os nossos pais também se envolvem muito na vida da escola, somos uma comunidade educativa responsável e esforçamo-nos todos”, sublinhou.

Com o início do seu último ano como educadora de infância, Zita Freitas garante: “vou sentir falta deles, mas já disse que depois venho aqui, nem que seja como voluntária, porque esta escola faz parte de mim”.

Para finalizar deixa uma mensagem aos seus alunos: “fazem todos parte do meu coração, todos me ajudaram a crescer como educadora”.