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Xana Sá Pinto: "Resende é um lugar mágico por vários motivos"

Redação

As raízes não estão em Resende, mas o coração esteve desde os dois anos e mantém-se até aos dias de hoje. Xana Sá Pinto é bióloga, por 'culpa' do concelho onde viveu até aos 17 anos. "Quando me perguntam costumo dizer que sou de Resende. Continuo a ter muitos amigos e familiares lá".

Nasceu na cidade de Viseu, mas aos dois anos mudou-se para Resende, aquando de uma "mudança profissional dos pais". A segunda mudança aconteceu aos 17 anos, "com a ida para a universidade. Depois, como toda a minha carreira foi feita na investigação, acabei por morar fora, mas a ligação manteve-se", garante Xana Sá Pinto.

Recentemente, a "paixão" por Resende uniu-se à investigação e deu início a um projeto que pretende "democratizar" a ciência. "Um dos meus interesses é perceber de que forma é que através das redes que incluem investigadores de diversas áreas, conseguimos não só resolver problemas, mas também de que forma aprendemos uns com os outros", começa por explicar.

Em conjunto com as investigadoras Raquel Branquinho e Susana Ambrósio, encontra-se a desenvolver um projeto no qual procuram "perceber como se pode levar a ciência a zonas que estão mais afastadas dos centros de ciência e democratizar, na prática, o acesso à mesma. O projeto está a ser levado a cabo em Resende e, em paralelo, em Armamar e envolve diversos investigadores*".

A "experimentar diferentes modelos e a começar a trabalhar com as comunidades locais", a ideia da investigação passa por "fomentar parcerias com instituições e atores locais, que de alguma forma nos ajudem a construir estes processos funcionais, quer do lado dos centros, quer do lado das comunidades com quem estamos a trabalhar. Não estando muito afastados dos centros urbanos, Armamar e Resende estão o suficiente para não ser fácil desenvolver determinados projetos e têm, por isso, características que o fazem ideal para trabalhar esta problemática", explica a bióloga.

Apesar de viver no Porto, Xana Sá Pinto vê em Resende "um lugar mágico. Todas as pessoas acham que os lugares onde cresceram são mágicos, mas este é magico por vários motivos. Quando penso em Resende, para além de pensar na família e nos amigos, penso num ambiente diferente. Num meio mais pequeno a forma como as pessoas se relacionam ... há muito mais proximidade. No meu caso sou bióloga e acho que sou por causa de Resende".

Se tivesse de descrever o concelho seria "fácil, porque é um património natural brutal, tem áreas com um diversidade de espécies muito importante e ecossistemas que são importantes proteger. Há sítios mágicos como o Vale do Cabrum, um sitio que se pudesse estaria sempre, mas também temos a Serra de Montemuro, um sítio mágico. Resende tem tradições e manifestações culturais que já não encontramos noutros sítios, para além da maravilhosa gastronomia", sublinha.

De Resende guarda, ainda, as "memórias do outono e do inverno. Ainda hoje me custa muito quando estou no Porto e começa a nevar e sofro porque me apetecia estar lá. Mas mesmo as cores e os cheiros do outono são experiências mágicas". Uma outra experiência "mágica" são as cerejeiras em flor. "Tínhamos uma tradição na família e que ainda tento cumprir. Quando as cerejeiras floriam, íamos ao Vale de Paus, um sítio lindíssimo. Lembro-me e continuo a lembrar todos os anos", recorda.

Uma ligação que passou, também, às duas filhas. "Ambas têm uma relação importante com Resende. Por um lado, por causa da família que continua a viver em Resende e, por outro lado, por causa da própria terra. Nunca se vai perder", garante Xana Sá Pinto.

*Investigadores:

  • Raquel Branquinho: co-fundadora e membro da direção do GOMA (Academia de Ciências Gomes Teixeira) e investigadora da UP;
  • Susana Ambrósio;: investigadora na UA, CIDTFF;
  • Eduardo Teixeira: investigador na UP FADEUP, CIAFEL;
  • Luís Madureira: investigador na Ocean Scan Marine Systems & Technology Lda.;
  • Ana Madureira: investigadora no P.PORTO, ISEP, INESC-TEC;
  • Fábio Correia: investigador no Instituto Forel - Universidade de Genebra;
  • Eliana Loureiro: investigadora na UP, LEPABE;
  • João Dias Pinto: investigador na UA, LAQV (Laboratório Associado para a Química Verde) e CESAM;
  • José João Felgueiras: investigador na Tecnimede.