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A Presidente da Comissão Europeia anunciou um novo banco europeu de hidrogénio de três mil milhões de euros e avisou que “sanções à Rússia vieram para ficar”. Vestida com as cores da Ucrânia, Von der Leyen discursou perante a primeira-dama ucraniana, que marcou presença em Estrasburgo.

Ursula Von der Leyen, anunciou que a Comissão Europeia vai propor um limite aos lucros das empresas do setor do petróleo, gás, carvão e refinarias.

A presidente da Comissão Europeia afirmou que “na nossa economia social de mercado, os lucros são bons, mas, nestes tempos, é errado receber receitas e lucros extraordinários recordes beneficiando da guerra e nas costas dos nossos consumidores”. Por isso, admite que “nestes tempos, os lucros devem ser partilhados e canalizados para aqueles que mais precisam”.

Na sessão plenária do Parlamento Europeu, que decorreu na cidade francesa de Estrasburgo, Ursula Von der Leyen indicou que a ideia seria obrigar os “produtores de eletricidade a partir de combustíveis fósseis a dar uma contribuição para a crise”, fazendo com que esta taxa obtenha verbas para apoios sociais, explicou.

A líder do executivo comunitário anunciou também uma meta para “reduzir a procura de eletricidade durante as horas de ponta, que fará com que a oferta dure mais tempo e baixará os preços. Quando eu olho para a eletricidade, milhões de europeus precisam de apoio e é por isso que estamos a propor um limite às receitas das empresas que produzem eletricidade a baixo custo. Todas estas são medidas de emergência e temporárias”, concluiu.

Von Der Leyen diz que o mercado do gás “mudou dramaticamente” e que os “consumidores irão colher os benefícios de energias renováveis baratas”, sublinhando a necessidade de “renovação do mercado da eletricidade”, recordando a crise de combustíveis fósseis no passado e apontando para uma “mudança de paradigma e salto para o futuro”.

A responsável salientou que é “importante financiar a transição para uma economia digital e de emissões zero e assegurar a sustentabilidade orçamental” e que, para tal, em outubro serão “apresentadas novas ideias para a governação económica”.

As tensões geopolíticas devido à guerra da Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, com a Rússia a ter sido no ano passado responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros, uma percentagem que é agora de 9%. Em Portugal, o gás russo representou, em 2021, menos de 10% do total importado.

Novo banco europeu de hidrogénio de três mil milhões de euros

A presidente da Comissão Europeia anunciou a criação de um “novo banco europeu” para fomentar investimentos em projetos de hidrogénio na União Europeia (UE), orçado em três mil milhões de euros.

“Hoje anuncio que criámos um novo banco europeu de hidrogénio. Isto ajudará a garantir o fornecimento de hidrogénio utilizando dinheiro do Fundo de Inovação”. Com isto, “será possível investir três mil milhões de euros para ajudar a construir um futuro mercado de hidrogénio”, declarou Ursula von der Leyen.

A líder do executivo comunitário argumentou que “o hidrogénio pode mudar completamente a inovação na Europa”, razão pela qual é necessário “passar de um mercado de nicho para um mercado de massas para o hidrogénio Com o Repower redobrámos os nossos objetivos e queremos produzir 10 milhões de toneladas de hidrogénio renovável até 2030”, frisou.

“Sanções à Rússia vieram para ficar”

Sobre a guerra na Ucrânia, a líder europeia disse perante a primeira-dama ucraniana Olena Zelenska, convidada de honra esta quarta-feira no hemiciclo de Estrasburgo, que as sanções a Rússia são as “mais duras de sempre” e “vieram para ficar”.

Vestida com as cores da bandeira ucraniana, azul e amarelo, Von Der Leyen prometeu ajudar a Ucrânia na reconstrução das escolas e vai eliminar as barreiras do roaming nas comunicações móveis, “trazendo a Ucrânia para o mercado único da UE”, sublinhando ainda a necessidade de os países da União Europeia se tornarem independentes do gás russo.

Noutro âmbito, Von Der Leyen anunciou que a UE vai duplicar a capacidade para combater fogos com a compra de 10 aviões anfíbios e três helicópteros para apoio aos Estados-membros.

Neste discurso, Ursula von der Leyen anunciou ainda um novo pacote de ajuda às pequenas e médias empresas, uma proposta para um “conjunto único de regras fiscais para fazer negócios na Europa” para “tornar mais fácil a realização de negócios na União”, com menos burocracia, bem como uma revisão da diretiva sobre atrasos de pagamento, pois “simplesmente não é justo que uma em cada quatro falências seja devido a faturas que não são pagas a tempo”.