Dos 20 aos 50 anos, de vários concelhos da região e não só e com várias profissões, os membros do Vocal Art Ensemble têm em comum a paixão pela música coral e acreditam no seu potencial. Recentemente, venceram o II Concurso de Coros de Coimbra.
A ideia de participarem neste concurso surgiu de repente e, apesar do tempo “tão reduzido” para prepararem tudo, o resultado foi a vitória. “Fiquei extremamente contente”, disse o responsável pelo grupo, Bruno Bessa, explicando que esta conquista simboliza “a qualidade dos membros e enorme potencial para trabalhar e preparar um bom reportório, difícil e até bastante exigente”.

Apresentaram três peças: uma delas era obrigatória e igual para todos os grupos, a outra foi com base num poema, traduzindo numa peça de música tradicional portuguesa com arranjo do maestro do grupo e que teve “um impacto extraordinário no público” e ainda uma peça sacra de um compositor internacional, “bastante difícil”. Conseguiram que o resultado final tivesse “diferentes cores e sonoridades” e agradar o público, que referiu terem sido “impactantes do princípio ao fim”. E apenas essa reação do público já é “gratificante” para o grupo.

“No mundo pós-pandemia estávamos com uma enorme sede de palco e este concurso foi uma lufada de ar fresco para todos, para mostrar todo o nosso trabalho e potencial. Mostrar que a música coral está viva em Portugal, que existem bons grupos e que são realmente desconhecidos”, rematou.
O Vocal Art Ensemble é composto por cerca de 27 elementos, alguns do concelho de Paços de Ferreira, outros da região do Tâmega e Sousa e também de outras zonas como o Porto e Vila do Conde. Têm dos 20 aos 50 anos, diferentes atividades profissionais, mas a paixão pela música em comum. Consideram-se a “família Ensemble” porque “há uma amizade extrema entre todos”.

Nasceu em 2018, depois do fim do Ensemble Vocal de Freamunde, mas mantém alguns membros desse grupo que decidiram criar uma nova associação independente e, assim, outro projeto “completamente diferente”. É dirigido pelo maestro Sílvio Cortez, natural de Paços de Ferreira, que “cuidadosamente” seleciona o repertório.
Em 2019, estreou-se num musical, no Coliseu do Porto, fazendo parte do elenco que levou a cena “O Fantasma da Ópera”, pela primeira vez em Portugal, e tem vindo a participar em diferentes festivais e concursos.

Bruno Bessa acredita que o público que os assiste gosta da “alegria e jovialidade” do grupo, bem como do “sorriso enorme” que têm quando estão em palco.
“A música coral é um mundo extraordinário e Portugal tem uma longa tradição de música coral que está subvalorizada, mas tem um potencial riquíssimo. Lá fora é completamente o oposto”, recordou.